General "Zé Maria" presta contas à justiça
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Começou hoje em Angola o julgamento do general António José Maria, antigo chefe do serviço de inteligência e segurança militar. O antigo homem forte de José Eduardo dos Santos é acusado de extravio de documentos com informações militares confidenciais.
Em prisão domiciliária desde 17 de Junho, António José Maria é acusado de extravio de documentos com informações secretas militares, que o próprio afirma ter levado para casa para salvaguardar os interesses do antigo Presidente, e ainda de insubordinação.
As acusações são refutadas pelo advogado de defesa, Sérgio Raimundo, que alega que “não foi respeitado o princípio do contraditório”, uma vez que o tribunal recebeu a acusação do Ministério Público "sem antes ouvir a contraparte", e que “não colhe” o crime de extravio de documentos, porque os documentos não estão desaparecidos. Sérgio Raimundo pede, por isso, a absolvição do arguido "por não ter praticado os crimes de que vem acusado".
O general António José Maria é também considerado o arquitecto de todo o processo que culminou na detenção, em 2015, de 15 activistas do Movimento Revolucionário que ficou conhecido como o caso dos 15 + duas.
Os activistas foram acusados de actos preparatórios para a prática de rebelião e atentado contra o então Presidente José Eduardo dos Santos.
Em entrevista à RFI, Mbanza Hamza, um dos actvistas detidos, considera que este processo pode estar a ser “manietado por motivos políticos” para esconder a grave situação económica que Angola atravessa.
A segunda sessão do julgamento realiza-se amanhã com a audição do arguido António José Maria.