África é o continente mais afetado pelo incumprimento das metas

De hoje até dia 22 de Setembro, Nova Iorque acolhe a cimeira da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). O cumprimento dos oito ODM é o que vai estar em discussão e análise nesta cimeira, que deve contar com a presença de cerca de 140 chefes de Estado e de Governo dos países membros das Nações Unidas.

António Téte, Embaixador da União Africana junto da ONU. UN Photo/Devra Berkowitz

Os ODM representam a mais importante iniciativa travada a nível global de combate à pobreza. Foram elaborados a partir da Declaração do Milénio que, em 2000, foi aprovada e acordada pelos líderes mundiais. Nessa altura, comprometeram-se a atingir estas metas até 2015. Dez anos depois, as conclusões são muito díspares e com poucas razões para otimismo, sobretudo em África.

Erradicar a pobreza e a fome; fornecer educação primária universal; promover a igualdade do género e capacitação das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento, são os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, que agora se vêem comprometidos pela crise económica e financeira.

A frente da fome e da pobreza são eixos fundamentais nesta luta. Sem sucesso nestes campos, todos os outros ficam comprometidos. Apesar de alguns progressos, em relação à fome e à pobreza ainda há muito caminho pela frente. O próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon veio sublinhar que «as melhorias na vida dos pobres têm sido inaceitavelmente lentas e que alguns avanços duramente conquistados têm sido erodidos pelas crises climática, alimentar e económica».

António Tete, Embaixador da União Africana junto da ONU

Em entrevista a Neidy Ribeiro, António Téte, Embaixador da União Africana junto das ONU, expõe as suas preocupações em relação ao cumprimento das metas e refere que há países que estão a falhar com as suas promessas.