Trump critica manifestantes em Tulsa e defende sua gestão de pandemia

Apenas a metade do público esperado compareceu ao primeiro grande comício de candidatura à reeleição de Donald Trump, realizado neste sábado (20) à noite na cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma.
Apenas a metade do público esperado compareceu ao primeiro grande comício de candidatura à reeleição de Donald Trump, realizado neste sábado (20) à noite na cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma. REUTERS - LEAH MILLIS

Dez mil pessoas. Apenas a metade do público esperado compareceu ao primeiro grande comício de candidatura à reeleição de Donald Trump, realizado neste sábado (20) à noite na cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma. O presidente americano atribuiu o insucesso de presença à mídia e aos manifestantes que protestavam em frente ao local do evento, e chamou de "heróis" as pessoas que tiveram a coragem de comparecer.

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Este foi o primeiro comício realizado em meses, e ocorre meio à grave crise da epidemia da Covid-19 que afeta os Estados Unidos, e em um momento de grandes mobilizações sociais no país contra o racismo. No comício não faltaram acusações de que o adversário, o democrata Joe Biden, "não passaria de uma marionete manipulada pela esquerda radical". Além de contrariar as regras sanitárias, ao promover aglomerações, o evento tinha pelo menos seis organizadores que testaram positivo para o coronavírus.

Donald Trump também respondeu às críticas quanto a sua escolha em organizar seu primeiro comício em Tulsa, cidade que foi cenário de grave violência contra americanos negros e de origem africana há quase cem anos. O presidente, que privilegiou uma resposta militarista aos protestos contra o racismo e a violência policial, e que foi criticado por sua falta de empatia em relação aos negros americanos, aproveitou seu discurso para difamar os manifestantes.

"A multidão de esquerda enfurecida está tentando vandalizar nossa história, profanar nossos monumentos, nossos belos monumentos, demolir nossas estátuas, e punir, silenciar e perseguir qualquer pessoa que não cumpra seus requisitos de controle absoluto e total", bradou o candidato à reeleição.

Mal nas pesquisas contra o candidato democrata Joe Biden, Donald Trump defendeu sua gestão da epidemia da Covid-19, explicando que, para seu desânimo, a campanha de testagens havia identificado mais casos de contaminação. “Quando você testar neste nível, você irá encontrar mais casos", afirmou." Então eu disse aos meus colaboradores: "Diminuam a velocidade dos testes, por favor".

Embora o estado de Oklahoma tenha relatado um aumento do número de infecções confirmadas por Covid-19, apenas um punhado de participantes usava máscaras dentro do complexo esportivo onde o evento foi realizado.

Semana de lançamentos

O tom de ameaça do candidato à presidência americana não é exclusividade dos manifestantes. Trump ameaçou seu ex-assessor John Bolton de pagar um preço "muito alto" por ter publicado seu livro, que ele acusa revelar informações "confidenciais" sem autorização da Casa Branca.

"O governo pretende responsabilizar Bolton pelo cumprimento dos acordos e garantir que ele não receba nenhum benefício de sua vergonhosa decisão de colocar seu desejo por dinheiro e atenção acima do seu compromisso de proteger a segurança nacional", insistiu a Casa Branca.

Um juiz americano se recusou no sábado a bloquear o lançamento do livro explosivo do ex-assessor de Donald Trump, em que ele expõe o candidato a reeleição, já submetido a fortes pressões nestes meses de reta final pela corrida presidencial. De acordo com o tribunal, o livro já foi amplamente divulgado, o governo não estabeleceu que uma proibição impediria danos irreparáveis.

 

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