Justiça mexicana decreta prisão de executivo envolvido em escândalos de subornos da Odebrecht
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Emilio Lozoya, ex-diretor da estatal mexicana Pemex, a companhia petrolífera do México, foi preso nesta quarta-feira (3) por sua participação no escândalo de subornos da construtora Odebrecht. Lozoya, amigo do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018), é o funcionário de mais alto escalão no México citado no escândalo de subornos da companhia brasileira, que criou rede de propinas na América Latina em troca de contratos.
Emilio Lozoya foi preso na Espanha em 2020 e depois extraditado para o México em julho do mesmo ano. Ele foi colocado em liberdade condicional, mas a medida foi revogada por um juiz, que acatou o pedido feito pelo Ministério Público. A Promotoria alertou para o risco de fuga do ex-funcionário.
Lozoya, 46, dirigiu a Pemex entre 2012 e 2016. De acordo com a Justiça mexicana, o executivo reconheceu que Odebrecht desembolsou US$ 4,4 milhões para financiar a campanha de Peña Neto em 2012.
Em uma declaração de agosto de 2020 que vazou na imprensa, ele afirmou que seguiu instruções de Peña Nieto e do ex-secretário da Fazenda e ex-chanceler Luis Videgaray para administrar subornos que acabaram financiando a campanha presidencial.
O executivo fechou um acordo de delação premiada em troca de um depoimento contra outros supostos envolvidos, entre eles o ex-presidente Enrique Peña Nieto.
Pena pode chegar a 30 anos
Em audiência realizada nesta quarta-feira, o Ministério Público considerou que Lozoya "não cumpriu os requisitos para obter um critério de oportunidade" (colaborador) e pediu sua prisão preventiva, por "existir risco de fuga". Ele ficará em uma prisão da capital.
O MP confirmou as acusações de uso de recursos de procedência ilícita, associação criminosa e corrupção ativa contra o ex-diretor, que pode ser condenado a até 30 anos de prisão.
Na ocasião, Lozoya "disse que é inocente e que estão chegando a um acordo para reparar o dano", mesmo que ele "não tenha tido responsabilidade". Não foram chamados para depor nem o ex-presidente, nem Luis Videgaray, que comandou a campanha presidencial e negou as acusações.
No fim da audiência, Manuel Ontiveros, advogado de defesa, disse que Lozoya recebeu a decisão com tranquilidade. Ele assinalou que a defesa buscará reformular o acordo de colaborador e obter novamente a liberdade condicional.
(Com informações da AFP)
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