Bolívia suspende projeto de construção de rodovia em reserva indígena
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, suspendeu nesta segunda-feira o projeto de construção de uma estrada de 300 quilômetros que cortaria uma reserva ecológica na Amazônia boliviana. A rodovia deve unir os oceanos Atlântico e Pacífico e facilitar o comércio no continente.
A decisão foi tomada no dia seguinte à violenta repressão da polícia contra indígenas que participavam de uma marcha em direção a La Paz para protestar contra o projeto, que prevê a construção de uma rodovia no Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure. De acordo com o presidente, todas as partes envolvidas serão consultadas, processo que pode levar de seis meses um ano.
Morales anunciou uma investigação "para identificar todos os agressores". Diante do repúdio nacional com a repressão, a ministra boliviana da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta a Morales apresentando sua renúncia após o que chamou de ação "injustificável" da polícia quando "existem outras alternativas". Centenas de manifestantes foram detidos e ficaram feridos nos protestos contra a construção da rodovia. Nesta segunda-feira, os 300 indígenas presos em Rurrenabaque, na Amazônia boliviana, foram soltos.
Com a enorme repercussão, o presidente decidiu realizar uma consulta popular sobre o projeto,que deve levar vários meses. A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares. O governo brasileiro reiterou seu apoio à obra, e disse que vai continuar colaborando com a Bolívia na sua execução.
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