ONU encerra missão no Haiti, apesar das tensões sociais e políticas
A missão da ONU, presente no Haiti por 13 anos, terminou oficialmente na quinta-feira (5), enquanto o país enfrenta novas tensões sociais e políticas.
Publicado em:
O fim da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti foi simbolicamente marcado pelo arriamento da bandeira da ONU na principal base militar da organização na presença de autoridades nacionais e diplomatas estrangeiros.
"Ainda há um longo caminho a percorrer para o Haiti alcançar a estabilidade e o desenvolvimento sustentável que todos estão apontando", disse Sandra Honoré, que dirigiu a Minustah nos últimos quatro anos.
A missão foi implantada em 2004 após a saída do presidente Jean-Bertrand Aristide para ajudar a parar a violência, especialmente na capital de Porto Príncipe. Mas ela nunca conseguiu ganhar a confiança dos haitianos.
Pelo contrário, sempre foi percebida como um exército de ocupação pelos numerosos apoiadores do ex-presidente.
Crimes sexuais
A ira contra as forças internacionais foi exacerbada pelas revelações dos crimes sexuais perpetrados no país pelo seu pessoal.
A reputação da missão se deteriorou ainda mais depois de outubro de 2010, quando uma epidemia de cólera foi introduzida no país pelos capacetes azuis do Nepal, matando mais de 10 mil haitianos.
Sete anos após o início da epidemia, os programas de cólera ainda estão subfinanciados: até agora apenas 20% dos fundos necessários para 2018 foram coletados, disse a Unicef.
Apesar disso, o presidente do Haiti, Jovenel Moïse, apenas mencionou a epidemia em breve discurso. "Que a cooperação internacional nesta nova era continue acompanhando a República do Haiti diretamente por meio de suas instituições, para eliminar a cólera e atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável até 2030", afirmou.
Durante 13 anos, o objetivo da Minustah foi ajudar o Haiti a recuperar a estabilidade sociopolítica e treinar a polícia nacional. No entanto, a cerimônia de encerramento desta missão ocorreu algumas horas após uma nova e agitada
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro