“Reduzir barreiras comerciais é um dos desafios do próximo governo”, diz alto funcionário da OMC
O chefe de gabinete do diretor geral da Organização Mundial de Comércio, o brasileiro Victor de Prado, disse que a diminuição das barreiras comerciais é um dos desafios do próximo governo brasileiro. O economista brasileiro deu uma palestra sobre “O lugar do Brasil no comércio internacional”, organizada pela Câmara de Comércio do Brasil na França.
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A redução das barreiras comerciais deve ser uma prioridade da política externa do próximo governo, de acordo com o economista. “Essa luta deve se dar em primeiro lugar no contexto da OMC, o que Brasil tem feito, com as negociações do ciclo de Doha, que é onde o Brasil tem chances de diminuir barreira não com um ou outro país, mas com o mundo inteiro”, avalia Victor de Prado. “Com a grande diversidade de produtos de exportações e importações que tem o Brasil, além do grande número de parceiros, eu acredito que o país, acertadamente, colocou suas fichas nas negociações multilaterais”, acrescenta.
O economista ressaltou o crescimento das exportações e das importações do Brasil. No primeiro semestre de 2010, por exemplo, as exportações brasileiras aumentaram quase 30%. Um crescimento impulsionado pela venda de matérias-primas, como ferro, petróleo e soja. Apesar disso, o economista brasileiro não acredita que o Brasil possa sofrer da chamada "doença holandesa", que seria um processo de desindustrialização do país. “O Brasil é um país que tem um grau institucional muito sólido, governos com força para manejar a economia de forma competente, um banco central como uma autonomia – se não legal – pelo menos na prática, então, esse risco é pequeno”, estima.
Rodada de negociações de Doha
Quanto às negociações da rodada de Doha sobre a liberalização do comércio mundial, iniciadas em 2001, o economista acredita que um acordo possa ser fechado nos próximos meses, principalmente após a reunião da cúpula do G20, em Seul, em novembro. “Falta apenas uma vontade política, sobretudo dos Estados Unidos e da China. No fundo, falta muito pouco, precisa apenas de um último empurrão político”, conclui.
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