Brasil/ Eleições

Lula é o homem da coesão nacional, afirma geógrafa. Assista ao vídeo

Martine Droulers, pesquisadora do CNRS, Centro Nacional de Pesquisa Científica, e diretora do CREDAL, Centro de Pesquisa e Documentação sobre a América Latina da Universidade Paris III, acredita que o presidente Lula conseguiu com sua atuação pragmática nos campos político, econômico e social federar o Brasil.

Martine Droulers, pesquisadora do CNRS.
Martine Droulers, pesquisadora do CNRS. RFI
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“Eu gostaria de ressaltar a contribuição do presidente Lula para a construção da coesão nacional. Num país onde a extensão das desigualdades sociais e espaciais é tão acentuada que poderia levar a um risco de ruptura social, o presidente conseguiu muitas coisas com seu carisma, discursos e uma conjuntura econômica favorável.

Do ponto de vista político, ele conseguiu organizar sua sucessão incentivando, com Dilma, a participação das mulheres na política. E Lula conseguiu ficar acima da politicagem do PT.

Do ponto de vista social, o programa Bolsa Família atingiu 12 milhões de famílias, mais da metade no Nordeste. As despesas sociais do país passaram de 10% em 1990 para 14% em 2006. O governo de Lula deu maior apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento agrário por território. Com essas políticas sociais surgiu uma «nova classe média», a famosa classe C que ganha entre mil e quatro mil reais por mês, e que passou de 44% em 2002 para 52% em 2008. Ao mesmo tempo, as classes D e E, os pobres, diminuíram de 43% para 32%. Isso representa uma melhor integração de todos os segmentos da nação, segundo o slogan “Brasil de todos”. Essas mudanças importantes aumentaram a autoestima nas camadas mais pobres.

Do ponto de vista econômico, nota-se um acesso maior ao crédito e a criação acelerada de empregos formais, cumprindo as promessas do candidato Lula. O PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, com grandes investimentos em infraestruturas foi generalizado a todos os setores da economia.

Em todos os setores se trata de uma política pragmática. O presidente conseguiu federalizar e federar, com um jeitinho nordestino feito de muitos discursos, encontros com o povo, simplicidade e democraticamente.

Claro, tudo não foi resolvido. Continuam os problemas de alojamento e transporte nas metrópoles e conflitos agrários no campo. O Brasil tem que avançar na gestão e no recadastramento, como insiste a candidata Dilma. Ela é uma boa administradora e é dessa competência que o país precisa.

O Brasil inteiro entrou na modernidade com um presidente liberal e desenvolvimentista, política que obtém 80% de aprovação. A imagem internacional do país e a certeza de que o Brasil mais coeso tem futuro cresceram.”

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