Papa aceita renúncia de bispo que apoiou Dilma
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O pedido de renúncia de Dom Luiz Carlos Eccel, foi aceito nesta quarta-feira pelo papa Bento 16 com base no Direito Canônico. Bispo da diocese de Caçador, em Santa Catarina, Dom Eccel apoiou nas eleições presidenciais a candidatura da petista Dilma Rousseff, candidata criticada pelo Vaticano pela sua posição sobre o aborto.
Além de ter defendido uma candidata criticada pela Santa Sé, Dom Luiz Carlos Eccel escreveu em outubro uma carta afirmando que existem facções na Igreja Católica especializadas em fazer lavagem cerebral.
A situação do bispo à frente da diocese ficou insustentável e ele acabou pedindo demissão do cargo, o que foi aceito nesta quarta-feira pelo papa Bento 16. Em um comunicado, o Vaticano indicou que um artigo do Código do Direito Canônico prevê demissões "por questões de saúde e por qualquer outra causa grave".
Durante o segundo turno das eleições presidenciais, Luiz Carlos Eccel escreveu um texto em que afirma: "Dilma é a resposta para as nossas inquietações a respeito da vida". A divulgação da carta foi feita um dia depois que o papa sugeriu aos bispos brasileiros que orientassem os fiéis a votar em candidatos que são contra a interrupção da gravidez.
O assunto ofuscou os debates durante a campanha eleitoral. Depois de se posicionar a favor da legalização do aborto, Dilma Rousseff voltou atrás e garantiu que não mudaria a lei se fosse eleita. Além de apoiar a petista, Luiz Carlos Eccel criticou em sua carta o que ele chamou de facções sociais, políticas e religiosas dentro da Igreja que deixam as pessoas sem convicções, mas com obsessões.
"Essas facções são semelhantes aos grãos de pipoca que levados ao fogo não estouram, e com mais fogo, mais duros ficam. Estão até manipulando o texto do papa, para justificar a sede de poder", escreveu o bispo.
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