Decisão do Supremo é derrota para Battisti e Lula, diz imprensa italiana
Os jornais italianos deram grande destaque à decisão de Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, que recusou o pedido de alvará de soltura feito pelos advogados de Cesare Battisti. O ex-ativista continuará preso até fevereiro , quando o recesso judicial acaba e o STF poderá voltar a debater o caso.
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Paula Schmitt, correspondente da RFI em Roma
O assunto virou manchete dos principais jornais italianos, que acompanham de perto o desenrolar da polêmica. Para o Corrière della Sera, a decisão do ministro Cesar Peluzo é uma ‘derrota’ para Battisti, mas talvez também para o ex-presidente Lula. A maioria dos jornais menciona o atrito que o caso poderia estar provocando entre o executivo e o judiciário no Brasil.
De acordo com os textos das reportagens, o advogado de Battisti, Luis Roberto Barroso, chegou a comparar a decisão do Supremo a um golpe de estado. O jornal La Repubblica cita Francisco Rezek, ex-ministro das Relações Exteriores que foi membro do tribunal de Haia por vários anos. Segundo o jornal, Rezek dá razão à Itália e diz que a condenação do Brasil em Haia estaria garantida.
A imprensa também dá destaque à iniciativa do deputado paranaense Fernando Francischini, que pediu a anulação do ato do ex-presidente Lula. Um dos detalhes que parecem irritar os italianos é o argumento utilizado por ele para embasar sua decisão: Lula disse que não permitiria a extradição de Battisti para evitar riscos à vida do ex-militante. A opinião pública italiana acredita que o país não maltrata ou assassina seus prisioneiros, e e explicação do ex-presidente seria, dessa forma, infundada.
Franco Frattini, ministro das relações exteriores, resumiu bem a decepção generalizada entre os italianos. Em entrevista ao canal TG1, o chanceler disse "que os italianos não querem ver Battisti andando livremente pelas praias do Rio depois de ter matado tantas pessoas. "
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