Jornal Les Echos alerta para aumento do desmatamento na Amazônia
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O jornal econômico Les Echos desta quinta-feira (22) traz uma reportagem sobre o desmatamento na Amazônia brasileira. Assinado pelo correspondente em São Paulo, Thierry Ogier, o texto começa dizendo que o Brasil acaba de levar outro gol. Segundo ele, o país, que sofre uma grave recessão, não consegue controlar a destruição da floresta.
"A situação pode levar o governo brasileiro a reavaliar os compromissos internacionais do Acordo de Paris, assinado no final de 2015", diz a reportagem.
Segundo a publicação, o cenário é preocupante: "Depois de um período de calmaria, o desmatamento recomeçou com força total há dois anos, com a destruição de mais de 8 mil km² de floresta".
Entrevistada pelo Les Echos, a responsável do Greenpeace em Manaus, Cristiane Mazzatti, conta que é a primeira vez em 12 anos que o desmatamento aumenta por dois anos seguidos.
Segundo dados oficiais de satélites, a destruição cresceu 29% em relação ao ano passado. Em pouco menos de 20 anos, uma área de floresta maior que a Alemanha desapareceu.
Iniciativas positivas
Porém o jornalista afirma que, mesmo assim, houve iniciativas positivas da parte dos exportadores de soja e de grandes distribuidores, como Walmart e Carrefour, que não vendem mais produtos provenientes de zonas desmatadas.
Já o governo brasileiro é frequentemente acusado de impotência e de negligência, após ter colocado como meta acabar com o desmatamento ilegal até 2030.
Cada vez mais, os ecologistas criticam o novo código florestal, aprovado pelo Congresso em 2012, sob pressão do lobby ruralista. Esse texto daria aos desmatadores ilegais uma forma de anistia. Coincidência ou não, diz o jornal, o ritmo do desmatamento aumentou 75% nos últimos cinco anos, segundo a ONG Imazon, de Belém do Pará.
O jornal lembra que 40% das emissões de gás de efeito estufa no Brasil provêm do desmatamento, segundo o Greenpeace. Isso poderia pôr em risco a meta de reduzir essas emissões em 37%, como estipulado no Acordo de Paris, ratificado pelo governo brasileiro em setembro passado.
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