Cientista criador do método Mão na Massa morre na França
Morreu nesta quarta-feira, na França, o polonês naturalizado francês, Georges Charpak, prêmio Nobel de Física em 1992 pela invenção e o desenvolvimento de um detector de partículas. Ele também é conhecido por ter criado um método revolucionário de ensino das ciências nas escolas. Chamado La Main dans la Pâte, o método é amplamento aplicado no Brasil, com o nome de Mão na Massa.
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O físico Georges Charpak idealizou o projeto Mão na Massa para despertar nos alunos do ensino fundamental o interesse pela ciência. Quando o método foi criado na França, na década de 90, os alunos franceses tinham mais interesse pelas matérias literárias e os professores não dispunham de um método atraente para o ensino de ciências.
O Mão na Massa se inspirou num projeto desenvolvido na mesma época nos Estados Unidos, chamado Hands-On. O sucesso foi tão grande que hoje o Mão na Massa está presente em vários países como Brasil, onde foi implantado em 2001, Argentina, Colômbia, Venezuela, China, México, Canadá e Indonésia.
Em termos metodológicos, a proposta do projeto é que o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental tenha por base uma articulação entre a experimentação investigativa e o desenvolvimento da capacidade oral e escrita dos alunos. A abordagem em classe é feita por meio de atividades experimentais, para estimular, promover e organizar o conhecimento científico, tanto entre os alunos como também entre os professores.
Crianças
Georges Charpak trabalhou ativamente pela ciência e pelas crianças. Uma de suas últimas descobertas, há dois anos, quando ele já estava com 84 anos, foi um aparelho de radiologia capaz de emitir até 50 vezes menos raios-X, destinado a crianças com problemas de coluna que precisam se submeter com frequência a radiografias.
O físico também foi um incansável militante do desarmamento nuclear. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, lamentou a morte de Georges Charpak, dizendo que sua vida foi um exemplo de engajamento. "O mundo perdeu um grande humanista", afirmou Sarkozy.
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