Vacina 100% eficaz contra dengue traz esperanças no combate ao zika
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Pesquisadores norte-americanos anunciaram nesta quarta-feira (16) que encontraram a fórmula de uma vacina experimental 100% eficaz contra a dengue. A descoberta traz esperanças também ao combate contra o zika vírus. Os resultados dos primeiros testes realizados com a nova substância foram publicados na revista médica Science Translational Medicine.
No total, os pesquisadores testaram a vacina TV003 contra a dengue em 41 pessoas, que receberam apenas uma dose do medicamento. Para os especialistas, os resultados positivos do estudo demonstraram que a descoberta é eficaz para impedir a contaminação do vírus da mesma família do zika, também transmitido por mosquito.
Segundo os pesquisadores, a TV003 se mostrou particularmente eficaz porque combate quatro tipos diferentes do vírus. Os produtos anteriores contra a dengue, por exemplo, não apresentavam resultados importantes contra as diferentes cepas. Outra vacina, a Dengvaxia, autorizada no México, nas Filipinas e no Brasil, perdia sua ação um ano após a aplicação.
A autora do estudo, Anna Durbin, professora-adjunta de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkings (Maryland), acredita que os métodos utilizados para desenvolver a TV003 poderiam ajudar encontrar uma vacina contra o zika nos próximos meses. A notícia seria um grande avanço para o Brasil e outros países da América Latina, que enfrentam uma grave epidemia da doença.
A equipe de especialistas começará agora um teste clínico no final de março em Bangladesh para demonstrar a eficácia em grande escala do produto. Um trabalho similar está sendo desenvolvido no Brasil.
Dengue mata 25 mil pessoas por ano
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a propagação da dengue progride hoje de forma importante, o que coloca a doença na lista das consideradas "reincidentes" em todo o mundo.
O vírus infecta, a cada ano, 400 milhões de pessoas em 120 países. Na maior parte dos casos, as pessoas contaminadas sobrevivem à doença, mas mais de 2 milhões desenvolvem uma febre hemorrágica que deixa cerca de 25 mil mortos por ano.
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