Cauda de dinossauro com penas, de 99 milhões de anos, descoberta em Mianmar
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Cientistas encontraram uma parte da cauda de um dinossauro com penas que foi preservada em âmbar por 99 milhões de anos, de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira (8).
Foi a pesquisadora Lida Xing, da Universidade de Geociências da China, que descobriu o fóssil do dinossauro com penas intactas em um pedaço de âmbar em um mercado em Mianmar, no ano passado. “Tenho estudado paleontologia há mais de 10 anos e estou interessado em dinossauros há mais de 30 anos, mas nunca esperei que pudéssemos encontrar um dinossauro em âmbar”, diz Xing. “As penas na cauda são tão densas e regulares, isso é realmente maravilhoso”.
Isto dá uma oportunidade de lançar um olhar novo para as criaturas com penas extintas, assim como para a evolução das penas em si. "Esta é uma nova fonte de informação que vale a pena ser investigada com intensidade, protegendo-a como um recurso fóssil", disse Ryan McKellar, um dos cientistas que trabalharam no estudo, publicado na revista americana Current Biology.
Com um scanner e um microscópio, os pesquisadores conseguiram analisar minuciosamente a peça de âmbar. A cauda emplumada pertence a um jovem coelurossauro, uma família de dinossauros carnívoros parecidos com pássaros que viveram durante o período Cretáceo, justamente há cerca de 99 milhões de anos.
Os cientistas estão certos de que o âmbar preservou um dinossauro, e não um pássaro pré-histórico, porque "a cauda é longa e flexível", indicou McKellar. "O novo material preserva uma cauda que consta de oito vértebras de um (animal) jovem; elas estão cercadas por penas que estão preservadas em três dimensões e detalhes microscópicos", disse McKellar, co-autor e cientista do Royal Saskatchewan Museum no Canadá.
Embora toda a cauda tivesse penas, o dinossauro provavelmente não podia voar, indicou o paleontologista. A plumagem provavelmente ajudou o animal em rituais de acasalamento ou para regular a temperatura, disse McKellar.
Penas que datam da época dos dinossauros já foram encontradas em âmbar, mas esta é a primeira vez que os cientistas puderam vincular definitivamente a uma espécie de dinossauro, indicaram os pesquisadores. Os cientistas analisaram o âmbar usando scanner e observações microscópicas. A resina fossilizada de árvores frequentemente é usada em joalheria, mas McKellar disse que esta descoberta ressalta a importância do âmbar na pesquisa paleontológica.
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