Le Monde destaca rap engajado do brasileiro Emicida
Uma reportagem com o rapper de São Paulo Emicida ganhou destaque no caderno de cultura do Le Monde desta quarta-feira (6). O cantor fará um show hoje na conhecida casa de espetáculos parisiense Bellevilloise.
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Luciana Marques, em colaboração especial para RFI
O jornal diz que o rapper encarna um hip-hop com consciência política e que o cantor gosta que digam que ele veio da favela. A matéria é assinada pela jornalista Véronique Mortaigne, uma das maiores especialistas em música brasileira na França.
Em entrevista, o cantor comentou a história do hip-hop no Brasil. "O hip-hop brasileiro foi construído em São Paulo, uma cidade de imigrantes alimentada por trabalhadores nordestinos. A herança dos repentistas é evidente. Mas eles têm um humor melhor que o nosso, que crescemos em bairros urbanos marcados pela violência policial”, disse.
História de vida
Emicida também contou um pouco de sua história. Disse que a mãe era empregada doméstica, mas gostava de ler. “Ela começou por romances fáceis e depois passou para Machado de Assis, Camões, tudo o que eu achava chato na escola. Mas o hip-hop nos obriga a ler.”
Com o grito de guerra “A Rua é Nóis”, Emicida já tocou nos Estados Unidos e acaba de fazer um giro pela África para gravação de um novo disco com artistas locais.
Ele começou a carreira vendendo de mão em mão 30 mil cópias dos seus discos. Também ganhou visibilidade no YouTube, onde tem milhões de acessos.
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