Real forte e inflação ameaçam economia do Brasil, diz Le Monde
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o vespertino francês explica em sua edição desta terça-feira que a economia brasileira bateu todos os recordes no ano passado, com uma progressão de mais de 7,5% no PIB. Mas o jornal alerta para a alta dos preços no país e os riscos desse crescimento desenfreado. Uma das soluções, segundo Le Monde, seria aumentar as taxas de juros brasileiras, que já estão entre as mais elevadas do mundo.
O vespertino analisa as contradições da economia brasileira. Se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ultrapassou a barra dos 7,5% em 2010, um aumento que não havia sido registrado desde 1986 no país, os preços não param de subir. Produtos como a carne registraram uma alta de 26,6%, enquanto o feijão custa 51,5% mais caro este ano. Apesar disso, mil carros novos são emplacados diariamente em São Paulo, o que mostra o dinamismo da economia.
O lado positivo é que em oito anos de presidência, o governo Lula criou mais de 10 milhões de empregos e que 28 milhões de pessoas passaram a ter acesso ao crédito, informa Le Monde. No entanto, o jornal alerta para os riscos desse crescimento, entre eles o da inflação, que não deve ser inferior aos 5% em 2011. Le Monde preconiza que a única solução de controle seria o aumento das taxas de juros que, aos 10,75%, já está entre as mais elevadas do mundo.
Outro inimigo da economia brasileira é a valorização do real, que dobrou nos últimos oito anos diante do dólar. O artigo do Le Monde lembra que as exportações sofrem quando o real está forte. “Uma taxa de câmbio extremamente favorável para o setor de matérias primas, mas que sufoca as indústrias", explica ao jornal Antonio Barros de Castro, ex-diretor do BNDES.
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