Suécia/Política

Para imprensa sueca, eleição marcou o fim de uma época

Em todo o país, os jornais de hoje são unânimes ao afirmar que, nas legislativas deste domingo, a eleição inédita de deputados da extrema-direita representa uma virada política histórica.  

Jimmie Akesson, líder do partido de extrema direita SD-Démocratas Suecos.
Jimmie Akesson, líder do partido de extrema direita SD-Démocratas Suecos. Reuters
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Neste domingo, nas eleições legislativas da Suécia, o governo de centro-direita foi reeleito, mas perdeu a maioria no Parlamento que, pela primeira vez, terá 20 deputados da extrema-direita.

O partido SD, Democratas Suecos, tem suas raízes inspiradas no movimento skinhead. O grupo de extrema-direita nega as acusações de racismo, mesmo se parte de seu discurso de campanha foi baseada na redução da imigração e contra as minorias muçulmanas. A Suécia é um dos países que mais recebe imigrantes exilados na União Europeia.

Os deputados da extrema-direita receberam 5,7 % dos votos e vão ocupar 20 cadeiras entre as 349 do Parlamento; é pouco, mas suficiente para evitar uma maioria absoluta dos sociais-democratas.

Para o diretor do Centro de Estudos Políticos suecos Fores, Martin Dahl, as principais razões para o crescimento da extrema-direita foram o desemprego e a má gestão dos tradicionais partidos. "Um problema que já existe há algum tempo é o desemprego entre os imigrantes, pois o sistema de recepção dos estrangeiros na Suécia não é eficaz, o que gerou um clima negativo sobre o assunto. Além disso, os grandes partidos não souberam lidar com isso de uma forma positiva", afirma o analista.

Logo após o anúncio dos resultados, o primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, do partido de centro-direita, disse que não vai se aliar com os deputados da extrema-direita. Ele falou que agora só resta tentar uma aliança com o Partido Verde, membro da coalizão de esquerda e, teoricamente, seu adversário político. A ideia, porém, não deve frutificar; os Verdes suecos anunciaram que não negociarão com o atual governo.
 

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