Europeus discutem orçamento ameaçados pela crise na Irlanda
Os ministros das Finanças europeus discutem nesta segunda-feira, em Bruxelas, o orçamento do bloco para 2011. A ameaça de uma moratória no pagamento da dívida da Irlanda preocupa a zona euro. O primeiro-ministro da Grécia acusa a Alemanha de fomentar a alta dos juros nos empréstimos feitos aos países mais frágeis do bloco.
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Os ministros das Finanças europeus discutem nesta segunda-feira em Bruxelas o orçamento do bloco para 2011. A crise financeira da Irlanda também está na pauta. Representantes da Comissão Europeia declararam que o país é motivo de preocupação para a zona euro, mas caberá aos irlandeses a decisão de sinalizar a necessidade de uma intervenção. Os países membros temem uma situação semelhante à da Grécia, cujo déficit exigiu do bloco uma injeção de 110 bilhões de euros financiados pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ministro português das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, pediu que o governo irlandês levasse em consideração os outros países da zona euro e aceitasse ajuda externa. Segundo ele, a alta taxa de juros da dívida irlandesa contamina as economias mais frágeis do bloco, como Portugal, Grécia e Espanha. Segundo informações divulgadas pela imprensa europeia no fim de semana, o fundo europeu e o FMI poderiam disponibilizar cerca de 90 bilhões de euros para a Irlanda.
Nesta segunda-feira, o diretor geral do Fundo, Dominique Strauss Khan, declarou que a Irlanda é "perfeitamente capaz de administrar sua crise sem intervenção"; O governo irlandês continua negando que esteja discutindo com a União Europeia um possível financiamento de emergência para equilibrar as contas públicas do país. No dia 6 de novembro, a agência Fitch baixou a nota da Irlanda de A+ para A- -. O déficit público irlandês atinge 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Para diminuir a dívida pública, o governo irlandês prevê uma economia de 15 bilhões de euros nos próximos quatro anos. O orçamento irlandês de 2011 inclui um pacote de austeridade de 6 bilhões de euros, que ainda pode ser vetado pelo parlamento.
Paralelamente, nesta segunda-feira o ministro grego das Finanças anunciou que o déficit da Grécia atingirá cerca de 9,4% do PIB em 2010. Em visita a Paris, o primeiro-ministro grego, Georges Papandréou, acusou a Alemanha de provocar a alta dos juros da dívida da Irlanda e de Portugal, na semana passada, pela obstinação do governo alemão em obrigar os bancos, credores desses países, a pagar as dívidas em caso de moratória. "Isso provocou uma espiral de alta nas taxas de juros dos empréstimos feitos à Irlanda e Portugal", reclamou o primeiro-ministro grego.
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