Acesso às frentes de batalha: última barreira às militares mulheres
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O primeiro-ministro conservador britânico, David Cameron, anunciou no domingo (20) sua intenção de autorizar soldados mulheres a combater nas frentes de batalha a partir do ano que vem. Todos os postos das Forças Armadas serão, portanto, abertos às mulheres em 2016. Atualmente, elas representam cerca de 10% das tropas. “Isso significa uma evolução profunda em todos os países. Não há mais bastião reservado apenas aos homens”, explica à RFI Jean-Dominique Merchet, especialista francês em Defesa.
Ao jornal The Sunday Telegraph, David Cameron disse que ele e o ministro da Defesa, Michael Fallon, entraram em um acordo sobre a medida. “Nós já havíamos retirado uma série de barreiras, com mulheres em submarinos e atingindo os postos mais altos em todos os serviços”, complementou Cameron.
Para Jean-Dominique Merchet, não há por que haver barreiras na área militar em um mundo que promove cada vez mais a igualdade de gêneros ou de sexos. As mulheres hoje representam 15% do efetivos das Forças Armadas francesas e cerca de 10% tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. “É um fenômeno generalizado”, afirma Merchet.
Falta de soldados
O aumento da participação de mulheres no Reino Unido e Estados Unidos ocorre devido a dificuldades para recrutar. “Os exércitos não conseguem recrutar homens o suficiente, então vão buscar voluntários. E os voluntários, hoje, são em sua maioria mulheres”, explica o especialista.
Merchet ressalva, no entanto, que o fenômeno não deve ultrapassar os números atuais. “Não passaremos do índice de 5% a 10% de mulheres nas forças armadas nos próximos 20 anos. Mas elas terão sempre um lugar, que eu considero totalmente legítimo.”
Até então, no Reino Unido, as mulheres estavam autorizadas a operar no fronte, mas não a participar de missões de contato com o inimigo. Dessa forma, ficavam excluídas da infantaria e de todas as unidades que poderia expô-las a situações de combate próximo.
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