Covid-19: França reforça controle nas fronteiras, mas descarta lockdown para não vacinados

Casos na França voltaram a subir com chegada do inverno e flexibilização das medidas
Casos na França voltaram a subir com chegada do inverno e flexibilização das medidas AFP - THOMAS COEX

A França decidiu reforçar o controle nas fronteiras diante da alta do número de casos de Covid-19, que passou de 10 mil infecções diárias nos últimos sete dias, de acordo com um balanço publicado neste domingo (14). Apesar do aumento, o governo não pretende, por enquanto, adotar restrições que visam a população não imunizada.

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Na região Norte da França, que faz divisa com a Bélgica, desde sábado (13) as autoridades reforçaram as medidas para os viajantes que atravessam a fronteira.

O país vizinho é um dos dez considerado em "situação preocupante", de acordo com o Centro Europeu de Controle de Doenças. As mesmas restrições serão aplicadas à Alemanha, à Holanda, à Áustria, à Hungria, à República Tcheca, à Grécia e à Ucrânia.

No início de novembro, a Europa voltou a ser o epicentro da epidemia de Covid-19. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ritmo atual de transmissão do coronavírus poderia provocar meio milhão de mortes adicionais até fevereiro no continente. 

Fora da UE, o Uruguai, que também registrou alta de casos, será alvo de um controle especial, segundo o site do Ministério francês das Relações Exteriores. 

Todos os viajantes, exceto as crianças menores de 12 anos que chegarem dos países europeus citados e do território uruguaio, deverão apresentar um atestado de vacinação completo ou o resultado negativo de um teste PCR ou de antígeno de menos de 24 horas. Por hora, a França está na categoria de risco epidêmico "moderado."

Fila para receber imunizante da Pfizer em centro de vacinação na França, em novembro.
Fila para receber imunizante da Pfizer em centro de vacinação na França, em novembro. REUTERS - STEPHANE MAHE

Lockdown para não-imunizados não está em discussão

O líder do partido do governo na Câmara A República em Marcha, Christophe Castaner, disse nesta segunda-feira (15) que um lockdown de não-vacinados, a exemplo da Áustria, por enquantonão está em discussão . "O objetivo, e o método que defendemos, é o da vacinação e o do reforço", ressaltou. 

Em um pronunciamento no dia 9 de novembro, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o passaporte sanitário seria condicionado à terceira dose para os maiores de 65 anos a partir de 15 de dezembro. Mais de 620 mil consultas com esse fim foram agendadas no site Doctolib, aplicativo utilizado pelos franceses para realizar as injeções, de acordo com o porta-voz do governo, Gabriel Attal.

No total, em 9 de novembro, mais de 51 milhões de franceses estavam vacinados, o equivalente a cerca de 75% da população, segundo a agência de Saúde Pública do país.

Casos voltaram a subir moderamente na França, apesar da vacinação
Casos voltaram a subir moderamente na França, apesar da vacinação AFP - PASCAL GUYOT

Reino Unido estende 3ª dose da vacina

O Reino Unido estenderá a terceira dose da vacina anticovid-19 para pessoas entre 40 e 49 anos, após aprovação do comitê científico sobre vacinação e imunização nesta segunda-feira (15). Todos os adultos nessa faixa etária poderão ter acesso a uma terceira injeção, seis meses após terem recebido a segunda - em princípio, da Pfizer/BioNTech, ou uma meia dose da Moderna.

O objetivo é evitar o caos do inverno passado, com hospitais saturados com pacientes da Covid-19 e de outros vírus sazonais, como a gripe. "No Natal e durante o inverno, a expectativa é que os vírus respiratórios estarão presentes, e tememos, em especial, que a gripe volte e agrave nossos problemas", declarou o professor Jonathan Van-Tam, em entrevista coletiva nesta segunda-feira. O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia do coronavírus, com pelo menos 143.000 mortes.

A Alemanha registra o maior índice de contaminação desde o início da epidemia por conta da vacinação insuficiente.
A Alemanha registra o maior índice de contaminação desde o início da epidemia por conta da vacinação insuficiente. REUTERS - MATTHIAS RIETSCHEL

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