Sarkozy quer tirar nacionalidade de imigrantes que agredirem policiais
O presidente francês confirmou nesta segunda-feira o endurecimento da sua política de segurança, em meio à polêmica no país causada pela recente expulsão de ciganos.
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O presidente Nicolas Sarkozy continua insistindo em sua política securitária que se aproxima cada vez mais da linha da extrema-direita, ou seja, relacionar diretamente a delinquência à imigração.
A prova é o novo anúncio feito por Sarkozy nesta segunda-feira, em que confirma seus planos de retirar a nacionalidade francesa dos imigrantes que atentarem contra a vida de autoridades públicas e particularmente de policiais. Como ele já havia anunciado em um discurso feito há um mês em Grenoble, a medida poderá afetar os franceses naturalizados há menos de 10 anos.
Sarkozy confirmou a intenção de « continuar com esse conjunto de decisões » após uma reunião com o primeiro-ministro François Fillon e com os ministros da Imigração, Eric Besson e do Interior Brice Hortefeux. Esse último preconizava medidas ainda mais duras, como a de retirar a cidadania dos franceses de origem estrangeira que praticarem a poligamia ou efetuarem fraudes para receber prestações sociais do governo. Depois de vários dias de debates públicos no seio do governo, o presidente francês decidiu em favor da linha defendida por seu ministro da Imigração, que concentra essas punições somente para os estrangeiros que agredirem policiais.
De acordo com os princípios republicanos e com a jurisprudência do direito europeu, a cassação da cidadania na França é limitada desde 1998 aos franceses naturalizados que praticarem atos de terrorismo. Juristas dizem que a Corte Constitucional poderá anular o projeto do governo.
Desde o final de julho, o discurso mais radical de Nicolas Sarkozy contra os imigrantes clandestinos tem alimentado muita polêmica. Defensores de direitos humanos, intelectuais de esquerda e até alguns politicos da direita acusam o presidente de incitar o racismo por misturar criminalidade e imigração.
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