Homem atropela 13 pessoas no segundo atentado em dois dias na França
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“Uma cena de apocalipse." Assim descrevem as testemunhas de uma série de atropelamentos em Dijon, no leste da França, na noite deste domingo (21). O motorista feriu 13 pessoas em dois lugares do centro da cidade. Antes de ser preso, o agressor teria gritado "Allahu Akbar" (Alá é grande) e apresentado sinais de desequilíbrio psicológico.
No sábado (20), a mesma frase foi dita por um homem antes de esfaquear três policiais em Joué-lès-Tours, no centro-oeste do país. Ele acabou sendo morto a tiros pela polícia.
Em Dijon, os sinais dos atropelamentos ainda podiam ser vistos na manhã desta segunda-feira (22), com camadas de areia espalhadas pelas ruas sobre as manchas de sangue. O comércio retomou as atividades, após ter fechado as portas durante os ataques, que começaram às 20h. As primeiras vítimas estavam em um grupo de quatro pessoas na rua Chabot-Charny, esquina com a Praça Wilson. Em seguida, o motorista atropelou um outro grupo, na rua Gondrans.
Uma testemunha do atropelamento na Praça Wilson descreveu uma “cena de apocalipse”: “Foi como ver fantoches desmontando bem diante dos meus olhos”, disse a mulher de cerca de 50 anos. Na manhã desta segunda-feira, seis pessoas continuavam hospitalizadas.
“Não vamos ceder ao pânico”
Segundo as primeiras informações da polícia, o homem tem cerca de 40 anos e seguia tratamento em um hospital psiquiátrico. Ele vestia uma jelaba – roupa tradicional do Magreb – e teria dito, em depoimento, que agiu “pelas crianças da Palestina”. Ele já havia sido preso nos anos 90, mas o crime e sua identidade ainda não foram revelados.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, em Dijon, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeuneve, disse que as motivações do agressor ainda não puderam ser estabelecidas e que "não se deve tirar conclusões precipitadas" do episódio. Também na manhã de segunda-feira, o presidente François Hollande convocou seus ministros a manter "extrema vigilância dos serviços do Estado" e disse que "não se deve ceder ao pânico" diante dos atentados deste fim de semana.
Em comunicado, primeiro-ministro, Manuel Valls, exprimiu suas “solidariedade e apoio aos familiares". Alain Houpert, senador que representa a região, lamentou o episódio: “Não tenho palavras suficientes para descrever o meu pavor diantes deste ato odioso que demonstra que agora nenhuma cidade da França está protegida de ataques de fanáticos".
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