Aprovado em Paris acordo da COP21 para deter aquecimento global
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Os 195 países que participaram da Conferência do Clima de Paris (COP21) assinaram neste sábado (12) um acordo histórico para atenuar as mudanças climáticas. Pela primeira vez, tantos governos se comprometeram a diminuir as emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global. A aprovação é vista como o coroamento de um trabalhoso ciclo iniciado após o fracasso da COP de Copenhague, em 2009.
A sessão de encerramento da plenária da conferência começou com atraso de quase quatro horas – a tradução do documento para as outras cinco línguas oficiais da ONU levou mais do que o previsto. Além disso, a delegação americana questionou o uso do verbo “deve” em vez de “deveria”, em um trecho do texto.
Quando a reunião enfim se iniciou, o chanceler francês, Laurent Fabius, perguntou se havia novos questionamentos. Após responder a duas perguntas feitas pela plenária, o ministro, que presidia a COP21, anunciou o acordo.
“Eu olho para essa sala, vejo que a reação é positiva, não ouço objeções. O Acordo de Paris para o Clima está adotado”, declarou o sorridente Fabius, antes de bater forte com o martelo verde na mesa da presidência da COP. A sala aplaudiu a cena por longos minutos. O presidente francês, François Hollande, se juntou ao palco, mas não tomou a palavra. Também se juntaram para o abraço de comemoração o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, e a secretária-executiva para Mudanças Climáticas das Nações Unidas, a costa-riquenha Christiana Figueres.
Delegação brasileira chorou
“Estou radiante. Fiquei muito emocionada. Todos ficaram”, contou a ministra brasileira, Izabella Teixeira, antes de deixar correr novas lágrimas. “Nós nos abraçamos e lembramos de todos que participaram desse processo”, disse a ministra, relatando que toda a delegação brasileira chorou. O país teve um papel de protagonista nas negociações.
A COP21 termina com um acordo com força de lei, que ressalta as diferenças de responsabilidade entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. O texto visa que o aumento da temperatura do planeta até o final do século seja “bem abaixo de 2oC”, e destaca que o objetivo é perseguir uma elevação de 1,5oC, ao longo das próximas décadas.
Aumento dos recursos para países pobres
O acordo ainda prevê o aumento do financiamento das ações de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas a partir de 2020. Os países ricos se comprometem a fornecer no mínimo 100 bilhões de dólares por ano para os mais pobres, rumo a uma economia mais sustentável. Um novo objetivo mais robusto deve ser determinado em até 10 anos.
O tratado adota a revisão, a cada cinco anos, dos compromissos firmados hoje pelos países. O documento também reconhece as perdas e danos sofridas pelos países mais vulneráveis desde o início das mudanças climáticas, um dos pontos mais batalhados pelas nações insulares.
Agora, cabe a cada país cumprir o que prometeu em Paris. O Brasil se comprometeu, voluntariamente, a reduzir 43% das emissões de gases de efeito estufa até 2030.
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