Protestos devem marcar Dia do Trabalho sob tensão na França
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As celebrações do Dia do Trabalho deste domingo (1) ocorrem sob clima tenso na capital francesa, por causa da atual disputa entre governo e centrais sindicais sobre a reforma da Lei do Trabalho. O primeiro-ministro Manuel Valls disse esperar que não se repitam as cenas de violência verificadas em protestos da última quinta-feira, que deixaram 78 feridos.
Nos mesmos protestos, um jovem de 20 anos perdeu a visão, em Rennes, após ser atingido pela polícia. Valls pediu aos organizadores das manifestações de hoje que assumam a responsabilidade pela segurança e advertiu os “baderneiros”.
Na véspera, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, enviou instruções para as prefeituras com medidas para evitar tumultos e violência. Unidas pela rejeição à reforma da Lei Trabalhista, pela primeira vez em sete anos duas das maiores centrais sindicais, a Force Ouvrière (FO) e a Confédération Générale du Travail (CGT), marcharão juntas, na Praça da Bastilha, a partir das 15h no horário de Paris (10h em Brasília).
Depois dos conflitos da quinta-feira, a CGT denunciou a “repressão” de seus militantes sindicais, e o Parti de Gauche exigiu explicações do ministro do Interior, denunciando uma escalada de violência policial.
O secretário-geral da FO disse neste domingo que é difícil controlar os “baderneiros” que se juntam às manifestações. “As forças da ordem não podem proteger toda a avenida”, justificou, dizendo que “eventuais derrapagens” devem ser combatidas.
O projeto da Lei Trabalhista deverá ser examinado na Assembleia Nacional na próxima terça-feira. Ele é acusado pela esquerda de ser excessivamente liberal. O governo de François Hollande defende o projeto como maneira de dinamizar a economia francesa, estagnada há anos em um índice de desemprego ao redor de 10%.
Brasil
No Brasil, a presidente Dilma Rousseff participará de evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital paulista. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Dilma deverá anunciar reajustes de cerca de 5% na tabela do Imposto de Renda e aumento entre 6% e 9,5% na média nos benefícios do Bolsa Família.
Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão e não pretende gravar vídeo para as redes sociais.
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