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Mais polícia, menos imigrantes: novo plano de Macron agrada imprensa

O presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou seu plano de segurança na quarta-feira (18).
O presidente francês, Emmanuel Macron, apresentou seu plano de segurança na quarta-feira (18). REUTERS/Philippe Wojazer

Os principais jornais franceses desta quinta-feira (19) repercutem o discurso do presidente francês Emmanuel Macron, na véspera, sobre a questão da segurança no país. O plano apresentado pelo chefe de Estado prevê mais policiamento, rastreamento de terroristas e o reforço do controle de imigração. 

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"Macron mostra sua firmeza para tranquilizar os franceses" é a manchete de capa do diário Le Figaro. Em um discurso para 500 representantes das forças de ordem francesas, o chefe de Estado pediu eficiência e força para combater a insegurança e a ameaça terrorista, diz o jornal, porque "os franceses não suportam mais a impotência pública".

O diário avalia que o plano de segurança apresentado na quarta-feira (18) por Macron pode ser eficiente. Ao anunciar que pretende lutar melhor contra o terrorismo, a imigração ilegal, a insegurança urbana e a falta de aplicação de penas, a mensagem do chefe de Estado é dupla, escreve Le Figaro. 

"Primeiramente, o antigo banqueiro quis mostrar que ele não se concentra apenas nos assuntos econômicos. Em seguida, quis responder àqueles que o chamam de presidente dos ricos, (...) lembrando que sua missão é proteger os franceses", publica o jornal. 

Entre os projetos apresentados por Macron, Le Figaro elogia a prioridade à luta contra o terrorismo: a partir de dezembro, um plano contra a radicalização será colocado em prática com o estabelecimento de "uma lista de terroristas", que serão rastreados. 

Polícia “de cotidiano”

O diário também destaca a criação de uma nova polícia, chamada de "polícia de cotidiano" - uma das grandes promessas do presidente para o setor da segurança - que começará a ser testada no início de 2018. 

Mais crítico, o jornal Libération considera que a polícia de cotidiano nada mais é do que uma volta mascarada da "polícia de proximidade", criada pelo ex-primeiro-ministro Lionel Jospin há 20 anos e extinta pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy. Para o diário, apesar de ser apresentada como uma solução revolucionária, muitas questões permanecem em aberto sobre a aplicação na prática da reforma. 

Já Les Echos elogia as intenções de um presidente que classifica de "realista" e que, segundo o jornal, admite não poder "acolher toda a miséria do mundo", em matéria de imigração. Ainda dentro do reforço da segurança na França, a lei que Macron pretende adotar para controlar a imigração e, sobretudo, expulsar do país estrangeiros que cometeram delitos, é aplaudida em editorial pelo jornal econômico. 

"Macron começa seu mandato se recusando a exibir uma imagem angelical", escreve o editorialista. Ao menos, não há o risco que seu eleitorado reclame que ele não cumpre o que promete, avalia. Até porque, "a ameaça terrorista é muito forte", conclui o jornal Les Echos.
 

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