Cigarro foi responsável por mais de 75 mil mortes em 2015 na França
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Câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias relacionadas ao cigarro deixaram 75.320 mil mortos na França em 2015. A informação foi divulgada nesta terça-feira (28) em um boletim da agência francesa de saúde pública.
“Como na maior parte dos países industrializados, o tabagismo é a primeira causa de morte evitável na França”, afirma o documento. Os dados foram divulgados um dia antes do Dia Mundial Sem Cigarro, 29 de maio.
O levantamento anterior da agência, publicado em 2016, apontava que 73 mil pessoas morreram na França em 2013 devido a doenças relacionadas ao cigarro.
As principais vítimas do tabagismo são os homens. Do total de 580 mil mortos em 2015, 19% são franceses que desenvolveram doenças relacionadas ao cigarro (55.400), contra 7% de mulheres (19.900).
Entretanto, a longo prazo, a tendência é desfavorável às francesas. Entre 2000 e 2015, o número de homens que morreram devido ao tabagismo registrou uma diminuição de 11%, mas, entre as mulheres, esse número foi multiplicado por 2,5 e passou de 8 mil a 19.900 mortes. Segundo especialistas, isso se deve ao aumento da quantidade de mulheres fumantes desde os anos 1970 na França.
As principais causas de morte relacionadas ao tabagismo são cânceres (61,7% dos casos), especialmente no pulmão, seguido por doenças cardiovasculares (22,1%) e doenças respiratórias (16,2%).
Preço do cigarro diminuiu número de fumantes
O relatório também revela que o número de fumantes vem diminuindo na França graças ao aumento progressivo do preço maço de cigarro (que até 2020 passará a custar € 10, cerca de R$ 45). Desde 2016, o país contabilizou 1,6 milhão de fumantes a menos – uma queda histórica no país.
Em 2018, 32% dos adultos de 18 a 75 anos se declaravam fumantes “ocasionais”: uma proporção que permanece estável desde 2017. No entanto, entre 2017 e 2018, a quantidade de fumantes cotidianos baixou de 28,2% a 25,4% entre os homens e de 26,9% a 22,9% entre as mulheres.
Ainda que a tendência seja positiva para a saúde pública, o relatório considera que essa diminuição na quantidade de fumantes não resultará em uma diminuição no número de mortos devido ao tabagismo. Segundo a agência francesa de saúde pública, muitos anos separam o consumo do tabaco do desenvolvimento de doenças.
O diretor da agência, François Bourdillon, avalia ainda que o tabagismo cotidiano continua “muito elevado na França em relação a outros países com o mesmo nível econômico”. Para ele, as fortes desigualdades sociais incentivam o consumo do cigarro, especialmente entre os desempregados, pessoas sem diploma ou com baixos salários.
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