Imprensa francesa tem olhar positivo sobre governo Lula
Há três dias das eleições presidenciais que vão definir o sucessor do presidente Lula, a imprensa francesa continua se interessando pelo Brasil.
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O jornal econômico Les Echos traz matéria de 1 página sobre a economia brasileira. Com um olhar bastante positivo o jornal lança, em sua manchete : "Lula colocou o Brasil no clube das maiores economias mundiais".
No plano econômico e social, os avanços são inegáveis, mas no plano político os progressos são menos evidentes, opina o Les Echos.
Para o jornal, Lula conseguiu reconciliar o que parecia ser, até então, antagônico, ou seja, por um lado uma melhor condição de vida em um país campeão da desigualdade e, por outro, o pagamento da dívida externa.
O diário francês reconhece, entretanto, que a política econômica do presidente Lula retoma uma fórmula já testada anteriormente com sucesso, quer dizer, uma política econômica ortodoxa, que combina rigor no orçamento, controle da inflação e flutuação da taxa de câmbio.
O Le Echos lembra, ainda, que, apesar de continuar criticando o neoliberalismo, o presidente brasileiro não transformou a estrutura da economia de mercado. "Ao contrário, soube adaptá-la reforçando o papel do estado e a importância do mercado interno", considera o jornal.
A boa performance da economia brasileira permitiu ao governo implementar uma maior distribuição de renda. O Les Echos afirma que, durante os dois mandatos de Lula, o salário mínimo no Brasil aumentou 70% e cita o programa Bolsa Família, que foi estendido a mais de 12 milhões de famílias.
Entre as lacunas que ainda pesam sobre o Brasil, o jornal cita a educação, com uma escolarização média de apenas 7 anos, e menciona as críticas feitas pela oposição ao governo, que acusa Lula de ter feito alianças até com o diabo para conseguir maioria no Congresso.
O jornal comunista Humanité também traz um artigo intitulado "O Brasil no tempo do Lulismo". Para o jornal, Lula implementou, em 8 anos, uma política paradoxal, misturando conservadorismo e progresso social, sem resolver, afirma o Humanité, "a grave questão das desigualdades sociais".
Já o jornal católico La Croix publica reportagem sobre o complexo do Alemão no Rio de Janeiro e afirma que o crescimento econômico também beneficiou as favelas brasileiras.
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