Mobilização recorde contra reforma da aposentadoria domina manchetes
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A mobilização recorde realizada ontem contra a reforma da aposentadoria ocupa as manchetes dos principais jornais franceses nesta quarta-feira. 3,5 milhões de pessoas, segundo os sindicatos dos trabalhadores, e 1,2 milhão, segundo o Ministério do Interior, foram às ruas em toda a França. Por causa da greve, os diários não foram distribuídos, mas comentaram as manifestações na Internet.
Libération destaca o aumento da participação popular e a forte presença dos jovens. Em seu editorial, o jornal de esquerda nota que a mobilização de ontem marcou uma mudança de orientação nos protestos. Antes, líderes sindicais prudentes evitavam um confronto maior e exigiam pequenas mudanças no projeto de reforma, enquanto o governo apostava que o movimento se dissolveria pouco a pouco, satisfeito com concessões menores. Agora, segundo Libération, a base popular decidiu falar mais alto.
O diário católico La Croix também considera que a mobilização está se intensificando e destaca a participação de secundaristas e de universitários. "Por que Nicolas Sarkozy tem medo", diz a manchete de L'Humanité, que comemora o sucesso das manifestações de ontem. Em seu editorial, o jornal comunista nota que o presidente Sarkozy tem pressa para aprovar a reforma no Senado antes de realizar mudanças na sua equipe de governo.
"Aposentadorias: Fillon decidido a fazer a reforma até o fim", diz a manchete de Le Figaro. O jornal conservador ressalta que apesar do grande movimento popular, o primeiro-ministro François Fillon já avisou que não vai ceder e que não haverá mudanças no projeto de reforma da aposentadoria.
O diário especializado em economia Les Echos também destaca a posição do governo de Nicolas Sarkozy face às manifestações em toda a França. "Aposentadorias: o Eliseu inflexível apesar da mobilização recorde", afirma a manchete do jornal. Les Echos também indica que o tom das discussões ficou mais agressivo ontem no Parlamento francês. O governo acusa a esquerda de ser irresponsável ao colocar adolescentes nas ruas, enquanto a esquerda critica a inflexiblidade do governo, que risca de levar a um confronto mais violento.
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