Aperto monetário traz riscos ao Brasil, diz Le Figaro
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O Le Figaro, em seu caderno de economia desta sexta-feira, afirma que a presidente do Brasil, Dilma Roussef, está diante de um dilema: como conter a pressão inflacionária, impulsionada pelo crescimento de 6,5% do PIB no ano passado, e ao mesmo tempo limitar a valorização do real, que penaliza as exportações do país?
O jornal conservador informa que a decisão de elevar a taxa de juros Selic para 11,25% para conter o apetite dos consumidores poderá ter efeitos colaterais como o risco de atrair ainda mais capital externo, o que pode fortalecer a moeda brasileira e prejudicar os exportadores e investidores.
As medidas para combater a inflação provocam um grande debate entre economistas brasileiros, já que muitos defendem uma redução dos gastos públicos ao invés do aumento dos juros, escreve o jornal. A luta contra a miséria continua como prioridade mas estão sendo avaliados cortes em investimentos nos projetos de infraestrutura, na saúde e na educação, afirma o Le Figaro.
O artigo termina com a constação de que a taxa de juros vai representar um freio na capacidade do Brasil em levantar fundos para financiar a modernização do país.
China
O crescimento econômico chinês ganhou a manchete principal da edição desta sexta-feira do jornal econômico Les Echos. A China no topo o mundo é o título escolhido para resumir o posto alcançado pelo país oriental, após o anúncio oficial de um crescimento de 10,3% do PIB em 2010.
Segundo o diário econômico francês, a China se beneficiou ao mesmo tempo de uma dinâmica sólida de seu comércio exterior e de uma forte demanda interna. A venda no varejo e os investimentos estão em fote alta, explica o Les Echos.
Único motivo de preocupação, segundo o jornal, é a inflação. Apesar de uma queda do índice inflacionário em dezembro, economistas chineses preveem que os preços devem subir neste início de 2011 o que deve provocar uma alta na taxa de juros.
Les Echos comenta ainda que durante a visita de Hu Jintao a Barack Obama em Washington, os dois líderes se comprometeram, por um lado a orientar o crescimento interno, no caso da China e controlar melhor as contas públicas, no caso americano.
Revolução
O Libération dedica sua reportagem principal ao livro de três jovens economistas franceses que propõem uma reforma fiscal radical no país. A obra de 135 páginas prega uma revolução na França para uma regime de impostos mais justo, eficiente e transparente, escreve o Libé.
O jornal lembra que o trabalho dos jovens economistas, que têm entre 29 e 39 anos, já foi citado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Outro diário, o La Croix, estampa em sua manchete o interesse crescente da juventude francesa pela política. Baseada em estudos de especialistas, a reportagem revela que 41% dos jovens do país se dizem muito ou bastante interessados pelo tema e enxergam a política de maneira diferente, principalmente porque o foco se expandiu para assuntos que ultrapassam o debate ideológico como a questão ambiental.
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