Jornal francês dá grande destaque à retrospectiva de Vik Muniz
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Com o título "Vik Muniz, matérias para a reflexão", o jornal francês Libération desta segunda-feira publica um artigo de duas páginas sobre o artista plástico brasileiro cada vez mais conhecido no mundo da arte contemporânea pelos materiais inusitados de suas obras. De acordo com o jornal, Muniz surpreende com fotos emblemáticas reproduzidas com guloseimas, sangue, ou mesmo, lixo. As obras de Vik Muniz são tema de uma grande retrospectiva do centro Collection Lambert na França.
Para Libération, mesmo que Muniz tenha se consagrado como uma "estrela do mercado" pela "virtuosidade da sua técnica", nada é feito por acaso. Seus trabalhos expostos no museu Collection Lambert possuem um "dimensão política", porque possibilitam "pensar sobre a foto e suas mentiras, sobre a natureza do clichê e sobre o carácter efêmero das obras de arte", analisa o Libé.
Na entrevista concedida ao jornal, Muniz disse buscar atingir o grande público. "Eu fui criado em uma favela nos arredores de São Paulo, a primeira vez que meus pais foram a uma galeria, foi para ver minhas exposições. Se quisermos que a arte ocupe um lugar importante dentro dos círculos midiáticos contemporâneos, é necessário que o artista utilize sua inteligência para comunicar ideias complexas a todas as pessoas que poderiam ter vontade de conhecê-las", declarou ele ao jornal.
Questionado sobre a documentação do processo de criação como parte da obra de arte, Muniz esclarece que "o que era uma preocupação dos street artists, como Banksy ou JR, é agora uma prática corrente da arte contemporânea. Se as pessoas não tem acesso às obras de arte, elas podem ao menos saber como foram produzidas".
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