Polícia decreta toque de recolher para evitar novos confrontos no Cairo
Diante do aumento dos confrontos entre manifestantes e a polícia no Cairo, as autoridades egípcias decidiram decretar um toque de recolher na região do ministério de Defesa, onde violentos protestos foram registrados nos últimos dias. Pelo menos três pessoas morreram e 300 ficaram feridas apenas nessa sexta-feira.
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Segundo as últimas informações divulgadas, duas das vítimas fatais nos confrontos dessa sexta-feira na capital egípcia eram civis e uma era um militar. Os manifestantes jogaram pedras nas forças de ordem, que respondeu com jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo. Cerca de 300 pessoas ficaram feridas.
Após deter 170 manifestantes, o governo de transição egípcio decidiu decretar um toque de recolher entre as 23h desta sexta-feira e a manhã de sábado. A medida, anunciada pelo general Moukhtar al-Moulla, membro do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), está em vigor na região do ministério da Defesa, no Cairo. Segundo ele, as forças de ordem vão combater “de maneira decisiva”, qualquer um que desrespeitar a proibição.
Os confrontos acontecem poucos dias antes das eleições presidenciais, realizadas em 23 de maio. O pleito será o primeiro desde a queda de Hosni Moubarak, que estava no cargo há mais de 30 anos. Os manifestantes protestam contra a permanência dos militares no poder, mesmo se o CSFA promete entregar as rédeas do país ao novo líder, eleito pelo povo. Dois dos principais candidatos à presidência são próximos de Moubarak.
Desde a saída do chefe de Estado, várias manifestações violentas tomaram as ruas das grandes cidades egípcias. Segundo as autoridades do país, pelo menos nove pessoas morreram nos confrontos com a polícia na última quarta-feira, mas as fontes médicas falam de 20 mortos apenas naquele dia.
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