Rebeldes sírios assumem controle de campo de petróleo
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Os rebeldes sírios tomaram o controle, neste domingo, pela primeira vez, de um campo de petróleo na província de Deir Ezzor, no leste da Síria, de acordo com o Observatório sírio dos direitos humanos (OSDH). Enquanto isso, o Conselho Nacional Sírio (CNS) se reúne no Catar para tentar ampliar sua representatividade.
“Os rebeldes tomaram o controle do campo al-Ward, a leste da cidade de Mayadine, depois de vários dias de cerco”, disse Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH. Os combates começaram na madrugada e duraram várias horas, precisou, afirmando que 40 militares encarregados da vigilância da infra-estrutura morreram, ficaram feridos ou foram presos.
Os opositores do regime de Bashar Al-Assad também pegaram um tanque, carros blindados e munições, uma apreensão preciosa para os insurgentes que geralmente contam com armas leves contra a artilharia e a aviação do Exército regular.
A região de Deirr Ezzor, na fronteira com o Iraque, possui as mais importantes reservas energéticas do país, e o campo de Al-Ward é um dos maiores da província.
A produção petrolífera síria, que chegava a 420.000 barris por dia antes do começo da revolta popular em março de 2011, foi reduzida a metade com a escalada de violência. Ela é principalmente destinada ao consumo interno.
Enquanto isso, os ataques à capital continuam. Neste domingo, um atentado nas proximidades do hotel Dama Rose, em Damasco, deixou onze pessoas feridas, segundo a televisão síria. O hotel fica no centro da cidade, próximo a vários prédios governamentais e de segurança, e acolheu o mediador internacional pela Síria, Lakhdar Brahimi, durante suas visitas em setembro e outubro na capital síria.
O Exército regular sírio também bombardeou a cidade e sua região, usando aviões, após violentos combates entre tropas e rebeldes na capital na madrugada de hoje, segundo o OSDH.
No sábado, 194 pessoas morreram, 36 em um ataque do Exército na região de Idleb, no noroeste do país, segundo organizações.
Reunião em Doha
O Conselho Nacional Sírio (CNS) começou neste domingo em Doha, no Catar, uma reunião crucial de quatro dias para ampliar sua representatividade. De hoje até quarta-feira, os membros do CNS analisarão sua possível união a outras facções opositoras, e renovarão sua liderança.
Espera-se que a assembleia geral do grupo escolha uma nova Secretaria-Geral, um escritório executivo e um presidente, já que atualmente esse cargo é ocupado por Abdel Baset Seida.
Ao mesmo tempo, a Liga Árabe e o Catar, país anfitrião, convidaram os partidários e outros grupos e personalidades da oposição síria para um novo encontro na quinta-feira.
Pouco antes da abertura da reunião, o opositor sírio Riad Seif, negou os rumores de que pretendia presidir um governo sírio no exílio. Ele disse que trabalhava para a constituição de uma nova direção política para a oposição.
“Eu não serei em nenhum caso candidato para dirigir um governo sírio no exílio. Eu tenho 66 anos e sofro de vários problemas de saúde”, disse o ex-deputado que passou vários anos na prisão e luta contra um câncer.
A imprensa tinha indicado que Seif trabalhava para a constituição de um governo no exílio que deveria ser analisado em Doha, no Catar, durante a reunião da oposição síria.
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