Bashar al-Assad diz que as urnas vão decidir seu futuro
Em entrevista publicada hoje no site da TV russa Russia Today, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que seu país não está em guerra civil e somente as urnas podem decidir sua saída do poder. Enquanto o Conselho Nacional Sírio se reúne em Doha, no Catar, para unificar a oposição, vários oficiais desertaram hoje e se refugiaram na Turquia.
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Durante a entrevista, Bashar al-Assad também alertou que o conflito poderia se prolongar. Ele negou ter cometido crimes de guerra contra os rebeldes, e disse que o Exército “combatia o terrorismo”.
O Conselho dos direitos humanos da ONU criou uma comissão para investigar sobre as violações na Síria. A nova comissária encarregada, Carla Del Ponte, declarou no fim de outubro querer identificar os “responsáveis superiores” dos crimes de guerra cometidos na Síria.
O Conselho Nacional Sírio deve eleger hoje seu presidente. O grupo está reunido em Doha com o objetivo de unificar e organizar a oposição contra o regime de Bashar al-Assad. O grupo anunciou na noite de quinta-feira estar próximo de um acordo sobre uma estrutura política unificada.
Na Síria, apesar do aumento da violência no país, como todas as sextas-feiras, a população foi convocada a protestar contra o regime.
Deserções
Vinte seis oficiais do Exército sírio desertaram e atravessaram a fronteira da Turquia na madrugada de hoje, segundo a imprensa turca. Os oficiais, 11 coronéis, dois tenentes-coronéis, dois comandantes, quatro capitães e cinco tenentes, se refugiaram na província de Hatay (no sudoeste) com suas famílias e outros soldados. Esta é a maior deserção de altos oficiais do Exército sírio há meses.
Segundo a agência, 23 pessoas feridas durante os combates entre as forças rebeldes e o Exército sírio também atravessaram a fronteira na noite passada e se refugiaram em Besaslan, em busca de socorro.
Segundo o ministério turco das Relações Exteriores, aproximadamente 8.000 sírios atravessaram a fronteira da da Turquia na noite de quinta-feira. O número de refugiados sírios no país chega a 120.000. Segundo a ONU e organizações de direitos humanos, as violências fizeram mais de 30.000 vítimas na Síria.
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