População de abelhas caiu um terço nos EUA
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Quase um terço das abelhas de colônias espalhadas pelos Estados Unidos morreu durante o inverno 2012-2013, uma taxa de mortalidade que afeta a polinização das plantas com flores, e que pode estar atribuída ao uso de agrotóxicos. As conclusões fazem parte de uma pesquisa do Ministério de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Agência de Proteção do Meio Ambiente, que demonstram um aumento do problema nos últimos anos.
Segundo a pesquisa, a população de abelhas diminuiu 31,1% no inverno passado, 42% a mais do que no inverno anterior, quando 21,9% delas haviam desaparecido. O estudo é feito duas vezes ao ano desde 2007, junto aos apicultores.
A pesquisa, da qual participam as associações AIA (Inspetores Apícolas dos Estados Unidos) e Bee Informed Partnership, é feita com cerca de 6,2 mil apicultores dos EUA, o equivalente a 22,9% da produção total do país, de 2,6 milhões de colônias e abelhas.
Entre os consultados, 70% perceberam uma diminuição maior das colônias no último inverno. “É alarmante, tanto para os apicultores quanto para as nossas necessidades em polinização”, declarou Jeffery Pettis, que dirige o serviço de pesquisas agrícolas do USDA. “O preço para polinizar as culturas mais do que dobrou, o preço das abelhas está em claro aumento e se não pudermos tê-las, as colheitas vão sofrer.”
A Califórnia, o estado que mais depende das abelhas, é o que mais sofre com o problema e poderia enfrentar uma situação catastrófica no cultivo de amêndoas se uma nova perda de 30% da população acontecer.
A causa deste aumento da mortalidade ainda não foi determinada, entre “doenças, fatores genéticos, uma má nutrição e a exposição aos pesticidas”. Na semana passada, estudos científicos demonstrando os efeitos dos agrotóxicos da família dos neonicotinoides levaram a Comissão Europeia a proibir o comércio três produtos fatais para as abelhas, por um período de dois anos, a contar de dezembro deste ano. A medida vale para a União Europeia.
A votação, alvo de polêmica e de lobby dos fabricantes dos pesticidas, foi apertada. A medida resultará na suspensão dos produtos clotianidina, imidacloprid e tiametoxam, presentes em pesticidas fabricados para quatro tipos de cultivos: milho, colza, girassol e algodão.
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