Imprensa britânica destaca virada de Aécio na última hora
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No Reino Unido, as eleições presidenciais brasileiras ganharam as primeiras páginas de alguns dos principais jornais. A imprensa destacou a ascensão de última hora do candidato do PSDB, Aécio Neves, e o impacto positivo que o resultado deve ter nos mercados nesta segunda-feira.
De Londres, Maria Luísa Cavalcanti
Antes das eleições, alguns veículos, como a revista The Economist e os jornais Financial Times e The Guardian, disseram que a economia seria o assunto mais importante na decisão de voto dos brasileiros. O Guardian, por exemplo, chegou a afirmar que o Brasil iria votar com a carteira, ou seja, pelo candidato que conseguisse manter o dinheiro no bolso do brasileiro.
Nesse contexto, muitos desses veículos explicaram por que a presidente Dilma Rousseff era a favorita. Eles lembraram que o governo do PT tirou milhões de brasileiros da pobreza e melhorou os índices de fome e desemprego, por exemplo. A reação ao resultado do primeiro turno foi de que, apesar dessas vantagens, Dilma não conseguiu a maioria necessária para já sair vitoriosa. Mas muitos jornais também esperavam que a candidata Marina Silva, do PSB, passasse para o segundo turno, como indicavam as pesquisas de opinião. E ficaram bastante surpresos com a virada de Aécio Neves, ainda mais pela diferença de votos que o distanciou de Marina.
Mero desconhecido
O curioso é que tanto Dilma quanto Marina são nomes de bastante projeção internacional. Marina, inclusive, é uma personalidade bastante admirada e uma voz bastante ativa na imprensa britânica em relação a questões ambientais. Mas Aécio Neves é praticamente desconhecido e, no resumo, é definido como sendo mais “business-friendly”, quer dizer, simpático aos mercados e a políticas mais liberais.
Os analistas britânicos estão com a expectativa de que a Bolsa de Valores de São Paulo abra bem e opere em alta, já que o candidato Aécio Neves é mais bem visto por investidores do que a presidente Dilma Rousseff. Ela é frequentemente descrita pela imprensa britânica como muito intervencionista. Os principais veículos de economia, como o Financial Times e a The Economist, frequentemente criticam essa postura da presidente em relação às principais estatais, como a Petrobras e a Vale.
Nas últimas semanas, diante da ascensão de Dilma nas pesquisas, a Bolsa de São Paulo sofreu quedas. E na sexta-feira, o real chegou a seu menor valor frente ao dólar nos últimos seis anos. Agora, o clima é de mais otimismo, pelo menos nesses primeiros dias pós-primeiro turno.
Romário e Copa
Em relação aos resultados para governo, senado e câmara, as reações da imprensa britânica foram econômicas. O Guardian, que é um jornal de esquerda, destacou a eleição do ex-jogador Romário para o Senado, pelo Rio de Janeiro. O jornal lembra que ele foi deputado e foi uma das principais vozes contrária à maneira como a Copa do Mundo foi organizada no Brasil.
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