Israel pode aceitar divisão de Jerusalém, diz ministro
Um dia antes do início das negociações diretas, o ministro da Defesa Ehud Barak afirma que o país poderia ceder os bairros árabes da parte oriental da cidade, onde vivem 250 mil palestinos.
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Israel está disposto a ceder parte de Jerusalém aos palestinos nas negociações para um acordo de paz na região, segundo o ministro da Defesa Ehud Barak. A declaração, publicada em uma entrevista ao jornal israelense Haaretz, acontece um dia antes da abertura das discussões diretas de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, em Washington.
A proposta é que o governo de Israel mantenha a soberania na parte oeste de Jerusalém e nos 12 bairros judeus no leste da cidade. Os palestinos teriam autoridade sobre os bairros árabes da parte oriental, onde vivem cerca de 250 mil palestinos. A divisão incluiria, ainda, um regime especial para a gestão dos lugares santos, explicou o ministro. A iniciativa israelense surpreende, já que o premiê isralense Benjamin Netanyahu nunca demonstrou apoio à ideia de dividir Jerusalém, ocupada integralmente pelos israelenses desde 1967, depois da guerra dos seis dias.
Mas um integrante da delegação do premiê Benjamin Netanyahu, que já chegou aos Estados, declarou que "Jerusalém continua sendo a capital indivisível do estado hebreu", desmentindo o ministro da defesa.
As negociações desta quinta-feira, consideradas uma das mais importantes desde os acordos de Oslo, em 1993, serão mediadas pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente do Egito, Hosni Moubarak, e o rei da Jordânia, Abdala Segundo. Reuniões preparatórias serão realizadas nesta quarta-feira. A tensão que marca a retomada do diálogo aumentou depois do ataque desta terça-feira reivindicado por um braço armado do grupo palestino Hamas, que causou a morte de 4 colonos judeus na Cisjordânia.
Nos Estados Unidos, Netanyahu afirmou que agirá “sem limiites diplomáticos para encontrar os responsáveis pelo atentado. “ Nesta quarta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou com firmeza o ataque, realizado perto da cidade de Hebron. Já o governo francês fez um apelo para que palestinos e isralenses não cedam ao que chamou de "provocações extremistas."
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