Instituto de Geopolítica recomenda mudança de estratégia no Afeganistão
O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, especializado em análises geopolíticas, com sede em Londres, divulgou um relatório nesta terça-feira aconselhando as potências ocidentais a adotar uma nova estratégia no Afeganistão, fundada na negociação com os talibãs em lugar do combate militar.
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Segundo o Instituto, vários observadores internacionais consideram que a presença maciça de forças estrangeiras no Afeganistão é que mantem e alimenta os insurgentes talibãs. Para os analistas, os esforços da coalizão da OTAN para construir um estado e combater os insurgentes "chegaram ao limite, tanto do ponto de vista estratégico quanto militar".
"Visivelmente o futuro está do lado de negociações com ou sem os participantes do conflito", afirma o Instituto Internacional no seu balanço estratégico publicado nesta terça-feira.
As vésperas da intervenção estrangeira completar 10 anos, o documento ainda considera necessário, e até preferível, que as potências estrangeiras adotem uma política de isolamento e dissuasão para lidar com a ameaça terrorista nas regiões fronteiriças do Afeganistão e também do Paquistão, país que resiste às pressões para combater os insurgentes.
O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos afirma que retirar mais cedo que o previsto os 150 mil soldados das forças internacionais podem causar uma implosão do Afeganistão e, por outro lado, manter a missão atual leva ao risco de um desastre prolongado porque a intervenção é planejadas baseado em calendários. O relatório avisa que objetivos como a vitória sobre os talibãs, o reforço do estado afegão e o combate à corrupção podem nunca ser atingidos.
Paralelamente, o centro de pesquisas garante que uma nova ordem mundial surgiu com a recente crise econômica. Ao mesmo tempo que os Estados Unidos perderam a força no papel de guardiães do planeta, surgiram novos países exigindo maior influência nos destinos do mundo.
O relatório identifica no grupo de países com poderes crescentes, a Turquia, o Brasil, a Coreia do Sul e os Emirados Árabes Unidos. A mediação de brasileiros e turcos no polêmico programa nuclear iraniano foi citado como exemplo desta nova ordem mundial mais equilibrada.
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