EUA quer dissuadir queima de Alcorão para marcar 11/09
O general das tropas internacionais no Afeganistão, David Petraeus, lançou um alerta às autoridades norte-americanas sobre possíveis consequências do projeto de um grupo evangélico da Flórida. Os religiosos pretendem queimar um exemplar do Alcorão, o o livro sagrado dos muçulmanos, no sábado, 11 de setembro, para marcar o aniversário dos atentados contra as Torres Gêmeas.
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Para Petraeus, tal ato pode colocar em risco os soldados norte-americanos no Afeganistão, além de ser utilizado por extremistas islâmicos no mundo todo. O secretário da Justiça, Eric Holder, declarou que é uma ideia ‘idiota e perigosa’. O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, qualificou o projeto de "provocador, desrespeitoso e intolerante".
O plano de queimar o livro sagrado é da Dove World Outreach Center, uma igreja cristã fundamentalista da Florida. Eles pretendem queimar o exemplar no sábado, na cidade de Gainesville. A iniciativa, cujo objetivo é homenagear as vítimas dos atentados no World Trade Center, coincide com um momento sensível neste ano, o fim do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.
O pastor da igreja em questão, Terry Jones, assegurou à rede CNN que as palavras do general Petraeus foram levadas em consideração, mas ele reafirmou a intenção de concretizar o ato. “Sabemos que isso pode ofender os muçulmanos, mas a mensagem que queremos passar é mais importante que isso, não podemos recuar diante das ameaças do Islã”, disse Jones.
O "L'Osservatore Romano", o jornal do Vaticano, publicou um artigo desencorajando a queima do Alcorão. Já o governo iraniano advertiu que o ato poderá provocar reações "incontroláveis". Na Indonésia, país com maior população muçulmana no mundo, há também medo de tensões. Uma carta enviada a Washington pela organização que reúne 20 mil igrejas cristãs protestantes da Indonésia pede intervenção do presidente norte-americano, Barack Obama, para que ele intervenha no caso.
João Alencar, em colaboração para RFI
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