Tunísia/violência

Oposição pede eleições antecipadas na Tunísia

Manifestantes tunisianos protestam em solidariedade às vítimas do tumulto de Sidi Bouzid.
Manifestantes tunisianos protestam em solidariedade às vítimas do tumulto de Sidi Bouzid. Fethi Belaid/ AFP

O movimento de revolta popular que sacode a Tunísia há um mês está tomou dimensões políticas. Mais de vinte pessoas já morreram desde o início da revolta e diversos partidos da oposição pediram neste domingo a realização de eleições antecipadas e um governo próximo ao povo. Ameaçado, o regime do atual presidente, Ben Ali, endureceu a repressão contra os manifestantes.

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O Partido Democrata Progressista, de oposição, pede o fim da violenta repressão policial aos manifestantes e a convocação de eleições antecipadas. Parlamentares denunciam uma ruptura de confiança evidente entre o governo e a sociedade. O suicídio do vendedor ambulante que ateou fogo ao corpo, revoltado com a injustiça social no país e o desemprego crônico, principalmente entre os jovens, foi o estopim de uma crise mais profunda, que há anos ameaça vir à tona.

Com fachada de país democrático, que realiza eleições diretas para presidente, a Tunísia é governada há vinte e cinco anos por um mesmo clã político, liderado pelo presidente Ben Ali, reeleito em outubro de 2009 para um quinto mandato.

Sentindo que a pressão popular não cedeu à repressão policial, após quatro semanas de distúrbios, o governo tunisiano mudou de discurso. Num comunicado, nesse domingo, admitiu que as reivindicações por mais empregos são legítimas e que o patronato vai anunciar nas próximas semanas a criação de 50 mil empregos para jovens diplomados das universidades.
 

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