Japão muda gabinete para enfrentar crise financeira

O primeiro-ministro japonês Naoto Kan(centro) com os membros de seu novo governo. Reuters

O novo ministro da Justiça do Japão, Satsuki Eda, nomeado nesta sexta-feira, é contra a pena de morte, o que traz novas esperanças aos ativistas que pedem o fim das execuções. Além do ministro da Justiça, o governo japonês do premiê Noto Kan anunciou uma mudança drástica em seu quadro, na tentativa de relançar a economia e diminuir a dívida pública.

A nova equipe mantém o mesmo número de integrantes, 17, e substitui a anterior que durou apenas 4 meses.  O primeiro-ministro Naoto Kan conservou os principais ministérios como o da Defesa, das Relações Exteriores e de Finanças, mas teve que abrir espaço para acomodar nomes indicados pela oposição de direita.

A grande novidade é a entrada no governo do conservador Kaoru Yosano, de 72 anos, ex-ministro das Finanças do governo conservador anterior, derrotado nas urnas em 2009. Adepto de uma alta nos impostos sobre o consumo para reduzir a dívida pública, Kaoru Yosano assume como ministro para a Política econômica e do orçamento. Sua missão será a de ajudar o ministro das Finanças Yoshiko Noda a restaurar o equilíbrio das contas públicas. O déficit atinge 200% PIB e o país enfrenta um grave problema de envelhecimento de sua população que pesa sobre ajudas sociais e o sistema de saúde.

Analistas afirmam que o premiê Naoto Kan, que tem apenas 20% de popularidade após 7 meses de governo, aceitou sacrificar alguns colaboradores para aprovar rapidamente o orçamento recorde superior a 1 trilhão de dólares e também acalmar a oposição de direita, liderada pelo Partido Liberal Democrata, que assumiu o controle do Senado.

Além do novo ministro da Justiça, Satsuki Eda, favorável à extinção da pena de morte no país, outras mudanças de peso foram as nomeações de Kansei Nakano como novo chefe da Comissão Nacional de Segurança Pública e de Yukio Edano como novo porta-voz do governo japonês.