Israel suspende ofensiva terrestre e líderes negociam cessar-fogo
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Israel manteve seus ataques durante a madrugada contra a Faixa de Gaza mas anunciou uma suspensão temporária da ofensiva terrestre contra o território palestino à espera de uma solução diplomática para o conflito. Uma nova resolução deve ser apresentada no Conselho de Segurança da ONU para garantir o cessar-fogo enquanto líderes se encontram com representantes israelenses e palestinos para discutir uma trégua nos confrontos.
Ao menos seis palestinos morreram em ataques aéreos ralizados durante a madrugada na Faixa de Gaza, de acordo com fontes médicas palestinas. Os bombardeios tambm deixaram vários feridos no sétimo dia da operação Pilar Defensivo. Dois mísseis israelenses destruíram parcialmente o prédio do Banco Nacional Islâmico, onde os funcionários do Hamas recebem seus salários na cidade de Gaza.
Outros bombardeios visaram casas de chefes militares do Hamas e zonas não habitadas. O número de mortos desde a última quarta-feira chegou a mais de 115 pessoas, a maioria civis: 114 palestinos, sendo 27 crianças e três israelenses.
O Exército de Israel afirma ter visado 100 alvos denominados de terroristas no território palestino, supostos esconderijos de armas, rampas de lançamento de foguetes e túneis subterrâneos. Israel analisa a proposta de trégua apresentada pelo Egito e decidiu suspender temporariamente uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza “para dar oportunidade de sucesso aos esforços diplomáticos”, segundo afirmou um responsável israelense.
O premiê Benjamin Netahyahu recebe nesta terça-feira, entre outras autoridades, a secretária de Estado americana Hillary Clinton e o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon. Dirigentes internacionais multiplicam os esforços para evitar uma invasão terrestre.
Reações
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, fez um apelo para um cessar-fogo imediato no conflito. “Minha mensagem é clara: todas as partes devem parar os ataques imediatamente. Uma nova escalada na situação coloca em risco toda a região”, declarou Ban KI-moon em uma entrevista coletiva após encontro com o chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby
“Devemos todos admitir que a preocupação de Israel sobre sua segurança é legítima, que deve ser respeitada de acordo com o direito internacional, mas um operação terrestre representaria uma escalada perigosa”, afirmou.
A secretária norte-americana Hillary Clinton deixará Phnom Penh para ir a Jerusalém onde será recebida pelo primeiro-ministro Benjamin Netaniahu. Clinton também visitará Ramallah, na Cisjordânia, onde deverá se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e em seguida irá ao Egito.
Clinton está na comitiva do presidente Barack Obama que faz um giro pelo sudeste da Ásia. Obama decidiu enviar a chefe da diplomacia americana após ter conversado por telefone na segunda-feira à noite, com o premiê israelense e também com o presidente egípcio, Mohamed Mursi.
“Clinton vai reforçar o interesse americano por uma solução pacífica que proteja e aumente a segurança de Israel e da região”, afirmou uma fonte diplomática.
A Rússia anunciou que iria propor uma resolução para um cessar-fogo imediato se os 15 países do Conselho de Segurança não chegassem a um acordo para o fim das hostilidades em torno da Faixa de Gaza até as 9 horas manhã desta terça-feira, pelo horário de Nova York.
A China declarou nesta terça-feira ser favorável a “toda ação” do Conselho de Segurança da ONU para para uma trégua entre israelenses e palestinos.
A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, indicou que os Estados Unidos não dariam um aval a um texto no Conselho de Segurança da ONU que interrompa os esforços realizados para obter um cessar-fogo em Gaza.
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