Irmandade Muçulmana cancela manifestação de apoio a Mursi
A Irmandade Muçulmana decidiu cancelar a manifestação de apoio ao presidente Mohamed Mursi convocada para essa terça-feira no Cairo. Os partidários do chefe de Estado preferiram adiar o evento para evitar confrontos com a oposição, que critica o líder egípcio após o anúncio do decreto que amplia seus poderes. Após negociação com Corte Suprema, Mursi aceitou atenuar o texto, mas mantém a cláusula que garante que suas decisões não podem ser contestadas.
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O anúncio do cancelamento da passeata foi feito na noite dessa segunda-feira, poucas horas antes do evento. A Irmandade Muçulmana havia convocado os partidários do presidente Mohamed Mursi a manifestar seu apoio ao chefe de Estado, que enfrenta severas críticas desde o anúncio de um decreto que amplia seus poderes.
Segundo Ahmed al Subaya, porta-voz do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade, a passeata foi cancelada para evitar confrontos com os opositores. Ele não informou se uma nova manifestação está prevista para os próximos dias.
Diante da revolta popular e da mobilização dos magistrados, que entraram em greve no fim de semana, o presidente iniciou um diálogo com representantes da Corte Suprema nessa segunda-feira. No entanto, mesmo se o líder reafirmou que o texto é provisório e que está disposto a atenuar alguns aspectos do decreto, ele mantém a cláusula que impede qualquer contestação às suas decisões, um dos aspectos mais polêmicos da medida.
Paralelamente, um tribunal administrativo do Cairo vai divulgar no dia 4 de dezembro um parecer sobre um recurso questionando a legalidade do texto, apresentado por militantes e advogados. O polêmico decreto estabelece que as decisões do presidente não poderão ser contestadas na justiça até a adoção de uma nova Constituição no Egito. Mursi, que já acumulava desde sua eleição os poderes executivo e legislativo, deixou os revolucionários egípcios indignados com essa nova manobra.
Rivais do chefe de Estado e militantes estão acampados na praça Tahrir desde a semana passada e exigem a revogação do texto. Segundo o ministério egípcio da Saúde, os protestos dos últimos dias já deixaram um morto e 444 feridos.
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