Confrontos em Trípoli contra presença de milícias deixam 40 mortos

Um ferido transportado após tiros disparados por milicianos nesta sexta-feira. REUTERS/Stringer

O balanço dos confronto em Trípoli após uma manifestação pacífica na sexta-feira contra a presença de milícias, subiu para 40 mortos e mais de 400 feridos, informou uma fonte do Ministério da Saúde.Explosões e tiros foram ouvidos durante toda a noite na capital líbia, mas na manhã deste sábado, uma calma relativa era observada na cidade.

A exceção foi no bairro de Ghargour, local dos confrontos de sexta-feira, onde tiros foram ouvidos esporadicamente.

A milícia que deu origem aos confrontos recebeu reforço de Misrata, distante cerca de 200 quilômetros da capital, e retomou o controle do seu reduto.

A violência começou na tarde de sexta-feira após tiros disparados por milicianos posicionados no bairro de Ghargour contra manifestantes que protestavam pacificamente contra a presença da milícia no local e pediam sua saída de Trípoli.

Em represália, homens armados de outras milícias expulsaram a milícia de seu reduto desencadeando confrontos violentos. O local também foi parcialmente incendiado.

No seu balanço, o ministério líbio da Saúde não distinguiu as vítimas fatais durante as manifestações e dos confrontos que se seguiram. O governo líbio lançou um apelo de cessar-fogo entre as facções armadas para que a calma volte à capital. Neste sábado, policiais foram enviados ao bairro.

Os moradores de Trípoli protestam frequentemente contra a presença de facções armadas. Vindos de outras regiões do país, os milicianos ajudaram a expulsar o ditador Muamar Khadafi de Trípoli em agosto de 2011, e nunca mais deixaram a cidade. A população acusa as milícias de se associarem a diversas redes de traficantes e de praticar torturas e seqüestros.