França adia entrega do navio de guerra Mistral à Rússia
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Diante da degradação da situação na Ucrânia, o presidente francês François Hollande decidiu adiar, por tempo indeterminado, a entrega do primeiro navio Mistral à Rússia. O governo aguardava uma resolução pacífica do conflito no leste do país para entregar o primeiro navio de guerra, como prevê o contrato.
Em um comunicado, o chefe de Estado francês justificou a decisão por “motivo de força maior” mas esclareceu que o motivo era a degradação da situação na Ucrânia. Hollande repetiu várias vezes que o cessar-fogo previsto no acordo assinado no dia 5 de setembro em Minsk, na Bielorússia, deveria ser “totalmente respeitado” em território ucraniano antes da entrega, o que não ocorreu.
A pressão exercida pelos parceiros da OTAN, especialmente os Estados Unidos, também motivou o adiamento. O não-cumprimento do contrato pode gerar uma multa de € 3 milhões, o equivalente a R$ 9 milhões.
Segundo a Rússia, o contrato prevê a prorrogação dos prazos de entrega do navio, nos próximos três meses, até fevereiro. Isso significa que, por enquanto, os russos não pretendem impetrar nenhuma ação judicial contra os franceses.
“Vamos esperar com paciência”, afirmou o vice-ministro russo da Defesa, Iouri Borissov. Ele disse, entretanto, que se os franceses não entregarem o navio, os russos vão processar o país e solicitar o pagamento de uma multa. “As autoridades políticas buscam tirar os dividendos políticos dessa situação”, completou.
O primeiro Mistral francês, o Vladivostok, inicialmente deveria ser entregue a Moscou no dia 14 de novembro. O contrato de € 1,2 milhões foi assinado em 2011 entre a Rússia e o construtor naval DCNS pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy. Os mistrais são navios polivalentes que podem transportar helicópteros e tanques. O segundo navio deveria ser entregue, teoricamente, em outubro de 2015.
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