Cúpula humanitária inédita da ONU reúne 60 líderes em Istambul
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Foi aberta nesta segunda-feira (23), em Istambul, a primeira Cúpula Humanitária Mundial promovida pelas Nações Unidas. Durante dois dias, 60 líderes mundiais e 6 mil participantes de organismos de financiamento e ONGs do setor vão discutir meios de agilizar as respostas às crises humanitárias – cada vez mais frequentes e complexas.
Adriana Moysés, enviada especial à Turquia
O mundo tem hoje 125 milhões de pessoas precisando de ajuda humanitária. Segundo a ONU, desse total, 60 milhões estão fora de casa, fugindo de conflitos armados ou catástrofes naturais.
A pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial exige uma reorganização do setor humanitário, e a ONU estabeleceu uma agenda de cinco pontos para discutir com governos e ONGs.
O primeiro compromisso é o mais difícil – evitar combates –, mas os outros quatro dependem de vontade política. A ONU quer o respeito às regras de guerra, o acolhimento de refugiados, que os Estados trabalhem para erradicar a pobreza e investimentos na assistência humanitária.
Médicos Sem Fronteiras
A cúpula vai dar especial atenção a meninas e mulheres, mais vulneráveis à pobreza, à escravidão e à violência sexual nos conflitos. Mas grandes atores do setor, como a ONG francesa Médicos Sem Fronteiras, boicotam o encontro da ONU.
Com hospitais bombardeados na Síria, no Iêmen e Afeganistão, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) não aceita que as ONGs e os governos sejam colocados diante das mesmas responsabilidades, quando cabe aos Estados, em primeiro lugar, respeitar o direito humanitário.
A MSF enfrenta atualmente sérias restrições de governos em suas ações. Outra grande ONG, a Oxfam, participa da cúpula, mas cobra acima de tudo o fim da impunidade para a morte de civis.
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