Autoridades começam análise das caixas pretas do Airbus da EgyptAir
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O governo egípcio anunciou neste domingo (19) que iniciou a análise das caixas pretas do Airbus A320 da EgyptAir, que caiu no mar Mediterrâneo no dia 19 de maio. A extração das informações do equipamento, que tem registros dos diálogos a bordo do aparelho, pode durar "várias semanas", segundo as autoridades.
De acordo com um comunicado divulgado neste domingo, a comissão de investigação egípcia e o Departamento de Investigações e Análises da aeronáutica francesa (BEA, sigla em francês), além da Airbus, começaram a "analisar os destroços" das duas caixas pretas.
"Os cartões de memória puderam ser extraídos dos dois gravadores nos laboratórios da Aviação Civil do Egito", diz o documento. O comunicado reitera que o material pôde ser seco em um centro de pesquisa do Exército do país, graças a uma tecnologia adequada. A operação, de acordo com as autoridades, durou oito horas.
O documento detalha que testes eletrônicos estão sendo realizados nos dois cartões de memória. O procedimento servirá para verificar o estado dos registros. A próxima fase, completa o comunicado, será a recuperação dos dados. Apenas eles poderão revelar as verdadeiras causas da queda do avião.
Caixas-pretas destroçadas
O Gravador de Voz do Cockpit (CVR, sigla em inglês) e o Gravador de Dados do Voo (FDR) foram repescados "em pedaços" na última semana pelo navio John Lethbridge, da companhia francesa Deep Ocean Search (DOS). As autoridades alertaram que a análise dos dados podem durar várias semanas.
Enquanto isso, a embarcação continua a busca por destroços no fundo do mar Mediterrâneo. O robô submarino pode descer a até 6 mil metros de profundidade.
Hipótese de atentado é revisada
O Airbus A320 da EgyptAir caiu no dia 19 de maio entre a ilha grega de Creta e o litoral norte do Egito, com 66 pessoas a bordo, entre elas, 40 egípcios e 15 franceses.
A teoria de um ataque terrorista dentro da aeronave foi especialmente apoiada pelo governo egípcio, depois de ter sido alvo do atentado de Charm el-Cheik, há sete meses. O ato foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
No entanto, a hipótese de um ataque jihadista a bordo do Airbus A320 da EgyptAir vem sendo pouco a pouco descartada devido à ausência de reivindicação e em razão de sinais de falha emitidos pelo avião.
Antes de desaparecer dos radares, o sistema de transmissão automatizado de mensagens do aparelho indicou que 10 alarmes foram acionados a bordo. Ele assinalou fumaça no cockpit, no banheiro e na cabine de pilotagem, assim como falha no computador que gerencia os comandos do avião.
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