Com 95% dos votos apurados, "sim" lidera referendo na Turquia
Após a apuração de 95% das urnas, o "sim" liderava com 51,7% o referendo sobre a reforma constitucional na Turquia, segundo a agência France Presse. Cerca de 55 milhões turcos foram às urnas, que fecharam às 17h locais (11h de Brasília). O partido de oposição CHP disse que vai pedir a recontagem de até 60% dos votos.
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A Turquia decide em uma consulta popular se substitui seu modelo parlamentar por um presidencialista com vastos poderes e cujo resultado determinará o modelo político do país e redefinirá suas relações com a União Europeia.
Entre as irregularidades denunciadas pela oposição destaca-se a escassez de cédulas de voto em algumas localidades do sudeste e a falta de cabines para manter o voto secreto em outras.
Em vários colégios eleitorais, os selos que eram entregues para estampar a parte branca (sim) ou marrom (não) da cédula, não marcavam a palavra "Escolho", como é previsto, mas a palavra "sim", o que gerou certa confusão.
A Alta Comissão Eleitoral mudou esses selos durante a votação, mas anunciou que os votos já emitidos nesses colégios serão também válidos.
Acelerar o desenvolvimento
Erdogan disse neste domingo em Istambul que o referendo, que definiu como um dos mais importantes da história do país, servirá para acelerar o desenvolvimento da Turquia.
A própria declaração foi uma inovação, já que normalmente, os políticos não fazem declarações a favor de nenhuma opção durante a jornada eleitoral, como marca a lei.
O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.
Os partidários da reforma sustentam que daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em um poder absoluto devido aos enormes poderes que serão atribuídos ao presidente.
Tiroteio com mortos
Em todo o país 380 mil policiais trabalharam para garantir a segurança no referendo. No sudeste do país, na província de Diarbaquir, um tiroteio entre membros de uma família perto de um colégio eleitoral acabou com três mortos e vários feridos, segundo a emissora NTV.
Em Istambul, um grupo de cerca de 30 pessoas agrediu o conhecido jornalista Ali Bayramoglu, que foi durante anos próximos ao governante Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), mas explicou recentemente na imprensa pró-governamental que votaria "não" no referendo.
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