Singapura volta a fechar fronteiras para evitar segunda onda de Covid-19

Enquanto governos europeus estudam maneiras de sair do confinamento imposto à população para frear a propagação da Covid-19, vários países asiáticos (China, Japão e Taiwan) ou territórios (Hong Kong e Cingapura) enfrentaram, nas últimas semanas, um ressurgimento diário de contaminações pelo coronavírus. Numa resposta rápida aos novos casos, medidas de isolamento são retomadas.

Moradores de Cingapura mantém distância nas escaldas rolantes de um centro comercial.
Moradores de Cingapura mantém distância nas escaldas rolantes de um centro comercial. REUTERS/Edgar Su
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O medo de um segundo surto da epidemia levou a cidade-Estado de Cingapura a prolongar as medidas de “distanciamento saudável” até o início de junho. As autoridades de saúde do centro financeiro do sudeste asiático anunciaram na segunda-feira (20) 1.426 novos casos de pessoas infectadas com a Covid-19, elevando o total para 8.014 casos e 11 mortes. O número de novas contaminações é recorde, considerando que ele não passava de quinze, em meados de março.

Para "evitar a todo custo o cenário de um novo Wuhan", o regime proibiu nesta quarta-feira (22) a entrada de pessoas e de veículos de fora da metrópole. Além disso, aqueles que entram em áreas residenciais devem passar por um controle de temperatura e usar uma máscara. Desde o início de abril, escolas e negócios não essenciais também estão fechados.

Cingapura já havia fechado suas fronteiras para não-residentes, incluindo interdições em seu movimentado tráfego aéreo. Contudo, apesar das medidas, o território viu seu número de contaminações multiplicado por dez, passando de 142 casos, em 8 de abril, para 1.426 no início desta semana.

Cingapura já foi modelo na luta contra a Covid

Antes considerada um modelo na luta contra a Covid-19, Cingapura se junta a outros países da Ásia que estão preocupados com o ressurgimento do número de contaminações em seu solo. O país, inicialmente, conseguiu conter a disseminação do vírus, graças a uma estratégia muito rígida de controle e rastreamento dos contatos com as pessoas infectadas. Porém, a situação começou a mudar no início de abril.

Segundo as autoridades, três quartos dos novos casos foram detectados nas residências de trabalhadores migrantes, locais muitas vezes superlotados e propícios à propagação do vírus. Cingapura tem cerca de 200.000 profissionais da construção civil, a maioria do sul da Ásia, que constroem torres gigantes e centros comerciais por salários de US$ 400 a US$ 500 por mês.

 

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