Entre herança paterna e busca de identidade: o dream pop de Lulu Gainsbourg
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Filho caçula de Serge Gainsbourg e da cantora e modelo Bambou, Lulu Gainsbourg é um frequentador da cena musical desde criança. Ao contrário de muitos “nepo babies” da chanson française, o artista não apenas reconhece o rótulo, como também o incorpora — buscando, no entanto, trilhar um caminho próprio, por meio de um dream pop poético e criativo.

Daniella Franco, da RFI em Paris
Lucien ou Lulu Gainsbourg, é menos conhecido que sua meia-irmã Charlotte, mas cresceu sob os holofotes. Sua estreia nos palcos aconteceu aos dois anos de idade, durante um show de Serge Gainsbourg no Zénith de Paris, em 1988 — uma cena que permanece viva na memória dos fãs da música francesa. Hoje, aos 39 anos, ele não rejeita a herança familiar, sobre a qual reconhece há “vantagens, mas também inconvenientes”.
Após lançar em 2011 seu primeiro álbum solo, “From Gainsbourg to Lulu”, em homenagem ao pai, ele lançou outros três discos: “Lady Luck”, em 2015, “T’es qui là”, em 2018, e “Replay”, em 2021, desconectados do monumento que Serge representa à chanson française. Ainda assim, a figura paterna — que Lulu perdeu precocemente, aos cinco anos — continua a ecoar em suas composições, que transitam entre o pop e o eletrônico.
Um exemplo é a faixa Le syndrome de Peter Pan, do novo EP Nuit Infinie, em que o artista aborda a dificuldade de crescer. A canção, com atmosfera melancólica e arranjos delicados, revela mais uma camada da sensibilidade de Lulu, que segue construindo uma identidade musical própria, mesmo à sombra de um dos maiores ícones da música francesa.
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