Equipe de vôlei de Tours, comandada pelo brasileiro Marcelo Fronckowiak, lidera campeonato francês
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O Tours Volley-Ball (TVB) é um dos melhores clubes de vôlei da França. Com oito títulos de campeão nacional acumulados, o time da cidade de Tours, no Vale do Loire, no centro-oeste da França, é o atual líder da primeira divisão do campeonato francês. A equipe, que conta com dois jogadores brasileiros, Abouba e Leo, conhecido como Aracaju, é comandada pelo técnico brasileiro Marcelo Fronckowiak.

Os atletas do futebol brasileiro não são os únicos que brilham na França. Nomes do voleibol, que é um dos esportes mais vitoriosos do Brasil internacionalmente, atuam com sucesso no país. O maior exemplo é o Bernardinho, novo técnico da seleção francesa, que assumiu depois que o país conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio.
O Tours, atual líder do campeonato francês, pode ser considerado um dos mais brasileiros dos clubes franceses. O TVB é comandado pelo gaúcho Marcelo Fronckowiak, ex-técnico assistente da seleção brasileira, que atua pela segunda vez no vôlei francês. Entre 2004 e 2009, ele dirigiu o clube de Tourcoing, no norte do país. “Eu tinha muita vontade de voltar. O Tours é o clube importante da história recente do vôlei francês. Está entre os melhores, ao lado do Paris e de Cannes”.
Fronckowiak influenciou a contratação pelo Tours do oposto Abouba, da seleção brasileira. Infelizmente, o brasiliense se contundiu no início de outubro, em partida da pré-temporada francesa, e ficará fora das quadras cerca de oito meses. Mas o técnico pode contar ainda com a experiência de Leandro Nascimento dos Santos, o Aracaju, que está há três anos na França, sendo dois no TVB.
“É a minha terceira temporada no clube. Estou bem adaptado. Tem muitos brasileiros jogando no campeonato francês e essa temporada será muito forte”, prevê.

Importância do vôlei brasileiro
Para o técnico Fronckowiak, essa grande visibilidade brasileira é resultado das conquistas do vôlei do Brasil internacionalmente.
“O vôlei do Brasil é muito importante. Somos tricampeões olímpicos, tricampeões do mundo, a gente tem uma escola importante, que produz resultados há muito tempo. Já é uma constante a presença de brasileiros na Liga Francesa. Eu fui o primeiro técnico brasileiro a trabalhar como profissional aqui. Hoje tem o Maurício Paz, no Tourcoing, o Zago, técnico-auxiliar em Toulouse, e a chegada do Bernardinho é muito representativa em relação ao que é o vôlei francês hoje”, avalia o gaúcho. Para ele, a união dos atletas dos dois países é “uma junção de vontades positivas entre o voleibol do Brasil e esse belo sucesso do vôlei francês nas olímpiadas.”
A equipe comandada por Fronckowiak é internacional. Além dos brasileiros Abouba e Leandro, o Tours tem o campeão olímpico francês Kevin Tillie, o bósnio Coric e o tcheco Kamil Baranek, entre outros. “Vamos fazer uma bela maionese”, acredita o técnico brasileiro. “Todo mundo que ouvir falar do Tours vai ouvir falar de uma equipe que vai estar sempre com um apetite muito grande para representar bem o vôlei francês e ganhar títulos. A gente está trabalhando muito bem. É uma Torre de Babel, que produz um excelente voleibol”, resume.

O título olímpico que a França conquistou este ano em Tóquio coloca em evidência o campeonato francês e a política esportiva da França. A seleção brasileira masculina voltou para casa do Japão em quarto lugar e a feminina conquistou a medalha de prata. Marcelo Fronckowiak acha que o Brasil podia fazer muito mais, como já fez no passado, para valorizar o esporte nacional.
“A política atual influencia muito e negativamente a concepção do esporte para todos, a valorização do profissional de educação física, o acesso a escolinhas esportivas. A forma do esporte para se chegar a uma Olimpíada é piramidal. Ela precisa de uma base muito grande para chegar na ponta de pirâmide que são as Olimpíadas, os campeonatos do mundo. Para você ter Aboubas, Leandros, Kevins, você precisa ter estrutura como tem a França, ter valorização do profissional de educação física como tem a Alemanha, da interação entre clube e escola. Infelizmente, eu não vejo isso atualmente no Brasil, muito pelo contrário”, avalia.
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